Tiago Capela, o mestre das corridas de karting à chuva do TPC, manifestou-se no Facebook contra o cancelamento da segunda sessão de treinos do Grande Prémio dos Estados Unidos de Fórmula 1, na última sexta-feira. O vencedor dos IX e X GP, disputados em pista muito molhada, Capela reagiu deste modo: "Longe vão os tempos em que a F1 era para homens com 'H' grande e com eles no sítio!!! Agora como os meninos não se podem molhar ficam à espera que a chuva passe...." Como imagem, colocou o McLaren-Ford de 1993 que Senna usou para vencer as corridas do Brasil, da Europa (Donington Park) e no Japão, nesse ano, sempre com chuva. O Blog especula que este comentário pode ser uma mensagem nas entrelinhas indicando que, se chover, o campeão troféu individual de karting do TPC de 2011 poderá querer participar na corrida de karts 270cc do próximo dia 7, no kartódromo dos Milagres.
Esta publicação do campeão de 2011 é totalmente condizente com a postura do nosso campeonato de karting amador relativamente às corridas à chuva. De acordo com a prática habitual e o regulamento, só em caso de interdição por parte do kartódromo é que uma sessão de treinos ou corrida de karts poderia ser interrompida, se não se verificassem as condições mínimas de segurança. Caso contrário, cada piloto deverá mostrar os seus dotes de condução de kart com slicks, adaptando-se às condições da pista e prevendo as reacções dos adversários. Afinal, o próprio Senna aprendeu esta arte no karting, rumando ao kartódromo de Interlagos de cada vez que o clima lhe permitia treinar-se nos karts em pista molhada.
O mesmo acontece, aliás, e como vimos, no troféu In Hoc Signo Vinces, que no passado sábado (17 de Outubro) afrontou condições de pista de karting muitíssimo molhada, na Batalha, o que proporcionou aos pilotos um momento desportivo ímpar.
Capela terá razão?
Em todo o caso, independentemente da posição que se possa ter sobre o cancelamento da segunda sessão de treinos no Grande Prémio dos Estados Unidos, a História mostra-nos que as precauções relativas ao mau tempo não são exclusivo da actualidade. Com efeito, na "época de ouro" referida por Capela, sucederam casos semelhantes.
No Grande Prémio de França de 1992, a corrida foi interrompida devido a uma chuva intensa que caiu após cerca de 20 voltas. No recomeço, a corrida foi declarada "wet race", de uma forma um tanto ridícula, pois tratou-se de um simples aguaceiro e o asfalto já estava quase seco quando a corrida, agora declarada como "wet race", foi reiniciada.
Além disso, o GP Austrália 1991 foi interrompido após apenas 14 voltas, quando os comissários aceitaram que não havia condições para continuar a correr. O principal defensor da interrupção foi o próprio Ayrton Senna, que acenava vigorosamente para que a corrida fosse parada. Ficou a ideia que os comissários aguardavam pelo abandono de um Williams-Renault (Mansell acabou por bater) para se decidir o campeonato de equipas (era a última prova).
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