domingo, 9 de dezembro de 2007

Budget para 2008 - Más Notícias

O principal problema do troféu Pedro Chaves tem sido o budget. Na falta de um patrocinador, as despesas têm sido suportadas pelo orçamento pessoal dos pilotos. Assim, quaisquer subidas de preços são uma natural ameaça à continuidade do campeonato.

O Funpark - kartódromo de Fátima - publicou no seu sítio o preçário para 2008. É uma desagradável surpresa constatar que se regista um aumento de 5 euros nos formatos de sprint race que o Troféu Pedro Chaves adoptou.

Karts: 270 cc

Mínimo: 15

Máximo: 25

10 minutos de treino

+

20 minutos de corrida

15 minutos de treino

+

30 minutos de corrida

2007

30, 00 €

40, 00 €

2008

35, 00 €

45, 00 €


São, obviamente, péssimas notícias, tanto mais porque o Troféu planeia organizar proximamente uma corrida neste mesmo circuito de Fátima. Mais uma vez, é urgente que o colectivo de pilotos se reúna e reflicta sobre a melhor forma de abordar a questão do futuro formato do Troféu.

Enquanto isso não sucede, fiquemos com algumas imagens onboard do circuito de Fátima. (não foi possível retirar a música de fundo.)

sábado, 8 de dezembro de 2007

Vrielink falha sessão de testes

Reinold Vrielink falhou a sessão de testes particulares que tinha agendada para o passado domingo, dia 2 de Dezembro. O piloto contava participar numa corrida esporádica, na pista do Bombarral, que teria o formato simples de sprint race individual, organizada por uma empresa multinacional sediada em Oeiras, mas a mesma foi cancelada pelo número insuficiente de participantes, à imagem do que aconteceu ao 2º GP Int. Pedro Chaves marcado para Junho deste an0.
O líder do Troféu Pedro Chaves planeava utilizar a corrida para não perder a boa forma e conhecer mais um circuito que, segundo fontes próximas deste blogue, poderá vir a ser utilizado ao longo do campeonato. Desconhece-se a possibilidade de Vrielink vir a participar noutras sessões de testes a curto prazo.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

II GP - entrevista c/ Michael Augusto

A entrevista que faltava: Michael Augusto, 3º classificado no 2º GP Internacional Pedro Chaves, fala ao nosso blog.
1 - Qual a sua opinião geral da corrida?
Eu acho que a corrida foi fantástica, e no que toca à minha pessoa correu-me de feição pois fui o grande outsider desta prova. No entanto, penso que há aspectos a melhorar, como é a questão do formato da prova. Em meu entender, a 1ª corrida correu muito melhor, porque tivemos uma fase de adaptação à pista e depois a prova em si. Sendo já escalados à partida segundo o tempo dos treinos.Também consigo compreender que devido ao número de elementos ter sido reduzido não se podesse efectuar desta forma, mas se calhar para a próxima será melhor marcar com maior antecedência e haver um período de inscrições, onde será obrigatório pagar no imediato, que é para aqueles que realmente vão desfrutar de "tudo aquilo que têm direito"!
2 - Como reagiu à largada e à primeira volta?
A largada não me correu muito mal, embora tenha havido bastantes toques logo naquela primeira curva. No que toca à primeira volta em si para mim foi a pior pois foi a única que fiz um peão que me relegou para o último posto (atrás do catchau...isso é mesmo mau...lol), mas a partir daí foi respirar fundo e recuperar a pouco e pouco os karts à minha frente!
3 - Alcançou o seu primeiro pódio no Troféu Pedro Chaves. Como se sente?
É realmente uma grande sensação atingir o pódio numa prova com tantas estrelas. Mas agora há que elevar o ego e considerar que também já posso ser considerado um alvo a abater. Penso, que depois deste resultado as responsabilidades vão subir mas de certa forma isso é bom porque sempre gostei de viver e de lutar sobre pressão.

4 - Quais as suas perspectivas para o resto do campeonato?
Agora para o resto de o campeonato espero primeiro que tudo poder comparecer em todas as provas para que realmente possa ter hipóteses de lutar pelos lugares cimeiros desta grande prova, e depois tentarei aproveitar os deslizes daqueles que são considerados os "experts" para
tentar chegar o mais alto possível na classificação!

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

II GP - entrevista c/ João Rodrigues

1 - Qual a sua opinião geral da corridaa?
Foi uma corrida diferente, emocionante, imprevisível mas com uma conclusão extremamente feliz e obviamente satisfatória.

2 - Como reagiu à largada e à primeira volta?
A largada foi algo confusa, pois na tentativa de sair rapidamente da grelha acelerei cedo demais; ao aperceber-me, travei para não sair precocemente, o que me fez ficar parado na altura do início da corrida, caindo então para o último lugar. Mas felizmente gerou-se uma grande confusão na primeira curva, o que me permitiu manter o contacto e até fazer algumas ultrapassagens.


3 - Em que momento da corrida chegou à liderança? 
Depois da largada confusa e de vários toques com outros pilotos nas primeiras curvas, aproveitando também erros dos outros competidores, cheguei à liderança.

4 - O que sentiu ao liderar um GP pela primeira vez? Foi difícil controlar a corrida? Esteve sempre ao ataque ou teve margem para defender a vantagem?
Estar na liderança da corrida foi algo complicado pois era inevitável estar constantemente a olhar para a retaguarda à procura dos perseguidores. Embora tentando dar o máximo, preocupei-me mais em evitar erros de maneira a não perder tempo e eventualmente o primeiro lugar.

5 - Está apenas a 2 pontos do líder R. Vrielink. Quais as perspectivas para o campeonato?

Não vai ser fácil recuperar esses pontos pois, na minha opinião o Reinold é claramente melhor piloto, ou pelo menos muito mais rápido. Resta-me fazer a minha corrida e esperar que em algum momento consiga aproveitar os eventuais erros dos adversários, que possam ocorrer.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

II GP - entrevista c/ Reinold Vrielink

(não foi possível entrevistar os 4º e 3º classificados, Rui Borges e Michael Augusto.)

1 - qual a sua opinião geral da corrida?

Penso que a organização tentou tornar a corrida mais interessante ao fazer uma largada inversa, todavia logo após as primeiras curvas já os mais rápidos estavam na frente. Infelizmente as condições da pista não estavam muito favoráveis para os mais rápidos. Pessoalmente penso que o óleo que se encontrava na pista na travagem para a curva 3 foi uma manobra orquestrada pela organização no sentido de me penalizar, dai os 3 piões na mesma curva. Essa manobra deu-me forca para continuar a lutar, sempre na raça, a tentar chegar ao piloto que se encontrava imediatamente a minha frente. 


2 - Como reagiu à largada e à primeira volta?
A largada beneficiou-me bastante apesar de partir da última posição, devido a inexperiência de alguns pilotos que ficaram praticamente parados. Aproveitei para ir por fora e assim à entrada da curva 3 já me encontrava no 3o lugar. Sabia que essa curva poderia causar muitos problemas devido a travagem forte de todos, por isso optei por fazê-la suavemente. Isso não impediu alguém, no entanto, de bater na traseira do meu kart, mas estava por dentro, o que permitiu manter a posição e a partir daí fazer a minha corrida. 


3 - O que correu mal em relação à primeira corrida?
Como já disse, foi o óleo no asfalto à entrada da curva, definitivamente uma manobra de sabotagem. Apesar deste percalço, a fiabilidade estava lá e o segundo lugar acaba por saber a pouco, pois era visivelmente mais rápido que o primeiro.

4- Está na liderança do campeonato, com 2 pontos de vantagem sobre J. Rodrigues. Quais as perspectivas para o campeonato?
Seria agradável se a organização escalonasse definitivamente todas as corridas. Até agora parece-me que tenho todas as possibilidades de conquistar o campeonato. A pressão está sobre os restantes corredores. São eles que correm em casa. Do meu lado sinto apenas pressão no sentido de que todos me querem derrotar. É presumível que os portugueses venham a enveredar por tácticas de menor fair-play, pelo que espero que a organização esteja atenta no sentido de verificar a existência de manobras que eventualmente ponham em risco as minhas corridas.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

II GP - entrevista c/ Daniel Sousa

1 - qual a sua opinião geral da corrida?
No geral foi uma boa corrida, a largada é que foi um desastre, os pilotos não revelaram ética no arranque e aquilo noinicio parecia mais os carrinhos de choque que uma pista de karting.



2 - qual a sua opinião sobre a largada?  
Um desastre, apesar de ideia ser minha foi uma rica m**** de ideia, fiquei do lado fechado da pista (direito) não pude ultrapassar ninguem no inicio, para além disso o katxaw n tem ética nenhuma e andou a fazer m**** á minha frente uma data de voltas... os pilotos mais lentos e inexperientes não podem voltar a arrancar das poisções iniciais senão é o caos... 

3 - teve problemas nas ultrapassagens?
Só até ultrapassar o katxaw, porque depois não tive mais problemas... 

4- Perspectivas para o campeonato?
Luta renhida entre dois pilotos, o Reinold e o João, ainda estou á espera do que o Ismael possa ou não fazer, das duas uma ou renasce das cinzas e revela-se um concorrente o titulo ou então será uma desilusão constante...

sábado, 17 de novembro de 2007

II GP - entrevista c/ I. Paulino

1 - qual a sua opinião geral da corrida?
Apesar de ter sido uma corrida de recurso, sem treinos, com metade da duração, etc., ou low-cost, como lhe chamaram, creio que o pessoal ficou satisfeito. Claro que é pena termos sido tão poucos.
Em termos desportivos, creio que foi igualmente um sucesso; para mim, pessoalmente, foi uma grande m****.

2 - qual a sua opinião sobre a largada?

Creio que inverter a grelha em relação à corrida anterior foi uma óptima opção. Os pilotos que estão atrás tinham “obrigação” de passar os da frente, e se não foram capazes de o fazer, paciência. Além disso, a ausência de acidentes foi uma prova de que se tratou de uma opção acertada, apesar da inexperiência dos da frente, em especial do pole man. Para mim, pessoalmente, foi óptima. Arranquei bem e passei logo o Michael [Augusto], que ficou quase parado; depois, os outros ocuparam a parte de dentro da curva e pude atacar sem problemas pela parte de fora ao longo das curvas 1 e 2. Ao chegar à curva 3 já era terceiro, depois foi só ser assertivo e sair da curva 4 na liderança. Infelizmente, na travagem para a curva 6 fiz borrada da grossa e baixei para último.


3 – Cometeu demasiados erros. O que aconteceu?
Antes da corrida senti uma dor de estômago e pensei “hoje não é o melhor dia para isto.” Talvez fosse psicológico. A verdade é que durante a corrida não tive quaisquer problemas físicos, apenas mentais. Senna dizia que uma corrida é como um jogo de xadrez, tem que ser reflectida e mexer uma peça de cada vez. Tendo em conta que o Zé mecânico nos avisou de que os travões eram de cabo (?) e que não iam travar muito bem, só me posso queixar de mim próprio. Durante a corrida não me lembrei uma única vez de “parar” para pensar no que estava a fazer. Devia ter pensado que os travões não estavam a funcionar a 100%; que, se estava na liderança, não precisava de forçar o andamento; que os outros pilotos também iriam cometer erros, que eu podia aproveitar; e que o circuito da Batalha tem apenas 3 pontos de travagem, e que mais valia ganhar tempo em todos os outros.
O meio ponto acaba por ser quase uma sorte…

4 – Quer comentar a afirmação de R. Gomes de que o ultrapassou depois da bandeirada de chegada?
Houve por certo qualquer confusão, talvez porque o Ricardo terminou com voltas de atraso. O que é certo é que na minha penúltima ou última volta despistei-me com especial violência na curva 3, ao ponto de ter de retirar os pneus de protecção de cima do motor, para poder continuar. (mas não tive que me levantar.)

5 - Perspectivas para o campeonato?

Antes de o campeonato começar, eu não fazia ideia quem seriam os líderes e não tinha perspectivas nenhumas. Para dizer a verdade, para a corrida de Leiria tinha pensado ficar nos 10 primeiros. Mais tarde, depois de ter sido sempre tapado pelo João e ter feito as 6 voltas mais rápidas dessa corrida, fiquei de facto a pensar que poderia conseguir mais. Sem folhas de tempos é difícil dizer, mas sinto que deitei fora a vitória ao não raciocinar com frieza durante a corrida, pois tinha andamento suficiente para isso. Na próxima corrida vou tentar correr com mais calma e mais frieza. Para já não penso no campeonato, pois o atraso pontual para os líderes é já considerável (e ainda bem que a corrida anterior só teve metade dos pontos…) Depois, se conseguir manter-me tão “icy” como o Raikkonen, talvez possa igualmente recuperar de uma grande desvantagem pontual.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

II GP - entrevista c/ Tiago Nunes

1 - qual a sua opinião geral da corrida?
Curta, com adrenalina e aprendizagem crescente daí ter sido bastante curta.

2 - o que sentiu ao largar na pole position?
Não gostei, pois não fiz por estar na pole position, apenas larguei da
pole por uma questão de logística e de contravontade, penso que é bem
mais interessante largar de trás e ver a movimentação dos adversários
por uma questão de aprendizagem, espero que da próxima possa estar na
pole com mérito próprio.

3 - sentiu o peso de ser estreante?
De modo algum, pelo contrário, a pressão era nula pois nunca tinha
andado e sabia que nas primeiras voltas iria perder bastante tempo,
embora no desporto e na vida em geral faça tudo para ficar em
primeiro, era irrealista pensar nos lugares cimeiros com tão bons
adversários.

4 - Apesar de largar na pole, não se esperava que um estreante absoluto no karting obtivesse um bom resultado. Apesar disso, conseguiu bater R. Gomes. Como foi o duelo pelo 7º lugar?
Nunca gosto de pensar nos últimos lugares, no início estava um bocado
relutante ao choque entre karts, velocidade e respectivo controle do
kart nas curvas daí ter perdido algum tempo inicial depois atinei e
ultrapassei o Ricardo, como tinha perdido muito tempo inicialmente
andei o resto da prova sem ninguém pela frente, mas também sem ninguém
atrás pois já conseguia fazer tempos mais competitivos, e o Ricardo
estava um bocado mal disposto.

5 - Perspectivas para o campeonato?
Sei que já perdi algum calendário do campeonato, mas como já afirmei
luto para ficar em primeiro e irei tentar, embora saiba que é difícil
com estes bons adversários. Penso que as pistas mais rápidas me
favorecem, pois gosto de entrar com velocidade nas curvas e não tenho
medo de entrar em despiste, gosto de me divertir enquanto conduzo e a
velocidade ajuda. Foi uma boa experiência e espero que continue!

terça-feira, 13 de novembro de 2007

II GP - entrevista c/ Ricardo Gomes

1 - Qual a sua opinião geral da corrida?
Foi uma boa corrida, um arranque muito violento, mas correu bem. A nivel pessoal, foi o que eu ja esperava, o ultimo lugar nao me deixa nada triste, uma vez que nao me dou muito bem ao volante dos kartings.

2 - Como reagiu à largada e à primeira volta?
Foi uma boa largada, o Reinold e o Ismael fizeram muito bom arranque e o resto foi um "encosta para la" a procura de uma melhor posiçao na pista.

3 - É verdade que viu um piloto chocar contra a barreira de pneus da curva 3?
Sim é verdade, ja depois do oficial de pista me ter mostrado a bandeira xadrez, o Ismael passou-me na resta da meta, e na curva 3 vi uma nuvem de po e algum fumo, quando me aproximei da curva vi que tinha sido ele.

4 - Alguns pilotos referiram que o Ricardo desrespeitou os conselhos de pilotagem dados pelo gajo da mecânica, inclinando-se para dentro nas curvas. Quer comentar?
Se o fiz nao foi propositado, uma vez que ja tinha corrido naquela pista e ja tinha ouvido os conselhos. Por vezes o cansaço em prova leva-nos a cometer alguns erros graves.


5 - Quais as suas perspectivas para o resto do campeonato? Espero poder melhor a minha prestaçao individual, e acabar entre os cinco primeiros.
PS- Pa proxima convida so 5...lol..

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Corrida nº 2 - Batalha (20-10-2007)

O segundo GP do Troféu Pedro Chaves teve lugar no Euroindy - Kartódromo da Batalha, no passado dia 20 de Outubro.

Dado o número insuficiente de pilotos para a realização de uma corrida normal, isto é, com treinos, corrida e cronometragem (como se sabe, por norma os kartódromos exigem um número mínimo de participantes), a Organização do Troféu Pedro Chaves não esmoreceu e decidiu organizar uma corrida em formato curto, ou low-cost, como lhe quiserem chamar.

O desenvolvimento e as regras do formato curto já deveriam ter sido abordadas em post próprio, pois a organização já o tinha previsto, pelo que essas nuances ficarão para outro dia. Por agora, basta dizer que todos os participantes subscreveram um aluguer simples (15 minutos = 15 euros) e que, após uma volta de aquecimento, os concorrentes alinharam-se na grelha, por ordem inversa à da classificação da corrida anterior, para uma corrida que seria dada por terminada quando o mecânico de serviço desse ordem de regresso às boxes. Como éramos poucos participantes, seria possível que todos soubessem as suas posições individuais sem grandes confusões.

Como a corrida teria 15 minutos em vez dos 30 que deveria ter em condições normais, seriam atribuídos metade dos pontos.

Eram esperados cinco participantes, e sendo tão poucos podemos enumerá-los: R. Vrielink, J. Rodrigues, I. Paulino, D. Sousa e R. Gomes, isto é, não havia pilotos para os lugares pontuáveis. Felizmente, à última da hora tivemos três inscrições: M. Augusto e os estreantes Tiago Nunes e Rui Borges. No caso de Tiago Nunes, foi não só a estreia no Troféu mas também a estreia absoluta no excitante mundo do karting.

Antes da corrida, a Organização instruiu o T. Nunes no sentido de ter cuidados redobrados; o karting é desporto mas envolve riscos, e não é natural que a primeira vez se faça em ambiente de competição (ou pelo menos rodeado de indivíduos que querem andar o mais possível) e com um kart de 270cc. Nunes é uma pessoa inteligente e ponderada e a Organização sabia que podia contar com o seu bom senso, o que efectivamente veio a acontecer.

O mecânico de serviço (um sujeito louro que está na categoria superior do pessoal que trabalha com carrinhos de choque) deu-nos um briefing seco e instrutivo. Apesar de antipático, prestou um bom serviço, dando os conselhos técnicos mínimos (da praxe) e alertando para o facto de os karts poderem não travar bem devido à falta de aquecimento.

Todos sentados, os pilotos aguardaram o trabalho do mecânico e fizeram então a volta de reconhecimento (não é bem aquecimento) até alinharem para a grelha, que, como já referido, foi escalonada de acordo com a ordem inversa da corrida anterior. Isto significou que Tiago Nunes foi pole position na sua primeira corrida (Rui Borges também era estreante, mas já tinha experiência de karting). É um bom presságio para Nunes; também Ayrton Senna foi pole position na sua primeira corrida de karting, aos 8 anos de idade.

nota: o vídeo seguinte, embora produzido no kartódromo da Batalha, NÃO tem qualquer relação com o Troféu Pedro Chaves. Os seus direitos de autor não estão assegurados e retiraremos o vídeo se os seus autores o exigirem.


A largada decorreu sem problemas de maior. Sexto na grelha, Ismael Paulino aproveitou a conjugação de 2 factores para ser líder à saída da curva 4: a hesitação dos pilotos da frente, em especial do pole position (e como dizia Ayrton Senna, a propósito de uma sua célebre primeira volta, que em determinadas circunstâncias o “líder ia maneirar um pouco, o segundo mais um pouco, o terceiro mais um pouco e assim por diante.”), e o facto de os pilotos terem deixado a parte de fora da pista livre ao longo da primeira curva. Contudo, Paulino deitou tudo ao perder ignorar os conselhos do mecânico e entrar em despiste na curva 6, caindo de 1º para o 8º e último lugar. Por essa altura já Vrielink e Rodrigues, fruto da maior experiência, estavam em lugares cimeiros.

A corrida teve muita animação, com constantes despistes e recuperações de vários pilotos. João Rodrigues e Reinold Vrielink, tal como na Batalha, voltaram a dominar a corrida. O holandês cometeu alguns erros que decidiram a contenda a favor do português, que foi o único piloto sem despistes e, portanto, o mais regular e consistente, pelo que a vitória que conseguiu (a primeira, depois da vitória de Vrielink na prova de abertura) é mais que merecida. Embora seja impossível apurar os tempos por volta por não existir cronometragem (o Kartódromo referiu que a situação era anormal), é possível que, de qualquer forma, o ritmo de corrida de Rodrigues não fosse inferior ao de Vrielink.

O pódio, com o vencedor João Rodrigues (ao centro) ladeado por Reinold Vrielink (à esquerda, 2º lugar) e Michael Augusto (à direita, 3º lugar)

Michael Augusto foi o mais rápido dos restantes e conquistou assim o seu primeiro pódio depois do 10º lugar da Batalha. O seu entusiasmo e o seu bom resultado fazem de Augusto um piloto a acompanhar com interesse nas próximas corridas. O estreante Rui Borges também esteve em bom plano, no 4º lugar, enquanto Daniel Sousa decepcionou um pouco ao quedar-se pela 5ª posição, após não conseguir concretizar as ultrapassagens necessárias a uma posição mais elevada. No entanto, mantém-se em bom plano ao ser dos poucos que pontuou em ambas as corridas.

Mas a grande desilusão da corrida foi sem dúvida Ismael Paulino. Depois de desperdiçar uma oportunidade de vitória única (bastava não cometer erros depois de alcançar a liderança), o natural de Turquel não conseguiu empreender a recuperação esperada ao despistar-se N vezes (não tiveram conta) em todos os três pontos de travagem do circuito. Inclusivamente, num dos despistes da curva 3, o kart de Paulino só parou na barreira de pneus e o piloto foi forçado a retirar pneus de cima do motor do seu kart de forma a voltar à corrida. No final terminou como começou: 6º, quase fora dos pontos. Apesar de ser dos pilotos mais rápidos em pista, como o comprovaram as breves recuperações, Paulino deverá desenvolver maior consistência se quiser alcançar resultados mais de acordo com a sua performance da Batalha.


Ouvindo o hino português

Tiago Nunes esteve muito bem e até poderia ter pontuado. Não se deixou desconcentrar e acabou por vencer o duelo com Ricardo Gomes, que terá ignorado os conselhos de pilotagem do mecânico e acabou mesmo por perder uma volta de avanço para vários outros concorrentes.

No pódio, que desta vez teve hinos, ouviu-se orgulhosamente o hino português, ouviu-se por curiosidade o hino holandês, e tudo terminou com uma cerveja no bar do Euroindy.

Foto de família. Da esquerda para a direita: Gomes, Paulino, Borges, Vrielink, Rodrigues, Augusto, Sousa e Nunes.

A próxima corrida não tem data nem pista marcada, mas prevê-se que seja em Fátima, em Fevereiro de 2008.


Oportunamente, publicaremos as entrevistas a cada um dos pilotos após a corrida.

domingo, 21 de outubro de 2007

Já foi disputada a corrida nº 2!

O relatório completo estará pronto dentro de alguns dias. Por agora, basta congratular João Rodrigues pela sua primeira vitória a apresentar os resultados da corrida e do campeonato.

Corrida nº 2 - Batalha (20-10-2007)

1º João Rodrigues (5 pontos)
2º Reinold Vrielink (3 pontos)
3º Michael Augusto (2 pontos)
4º Rui Borges (1,5 ponto)
5º Daniel Sousa (1 ponto)
6º Ismael Paulino (0,5 ponto)
7º Tiago Nunes
8º Ricardo Gomes

Troféu Pedro Chaves - classificação geral


Pos. Pilotos Pontos

1º Reinold Vrielink 13
2º João Rodrigues 11
3º Ismael Paulino 4,5
4º Luís Agostinho 3
5º Daniel Sousa 3
6º Michael Augusto 2
7º Rui Borges 1,5
8º Edgar Oliveira 1

domingo, 11 de março de 2007

Troféu Pedro Chaves - calendário

O Troféu segue agora à imagem da equipa Coloni, e da carreira de Pedro Chaves na Fórmula Um: viver o presente, sem saber como será o dia de amanhã.

Neste momento, não sabemos a data, nem o lugar, da segunda corrida. Nem das seguintes.

Para dizer a verdade, também não sabemos quantas corridas o Troféu terá.


Sem calendário, sem dinheiro, sem perspectivas de futuro.
Ainda no pódio, a vitória dá lugar ao desalento.


Os concorrentes estão ansiosos e preparados. Contudo, a organização não sabe ainda quantos, nem quais, estão inscritos para a segunda corrida. Felizmente não está fixado limite de inscrições…

Poderemos fazer uma corrida já em Abril? Dependerá do budget dos participantes. Faz lembrar Enzo Coloni, que, quando confrontado com a falta de potência do motor Langford & Peck usado por Chaves, indicava a solução: "era preciso um [motor] Hart, mas isso custa um milhão de dólares..."

A primeira já está. E agora?


Contudo, tal como Pedro Chaves e a Coloni, com brio e força de vontade tudo se consegue! Portanto, fiquem connosco e até à próxima corrida!

Carreira de Pedro Chaves na Fórmula 1 - resumo

Pedro Chaves nasceu no Porto, em 1965, e por volta dos 15 anos começou a correr em karting, obtendo sucessos. Em 1986 passou para a Fórmula Ford, que ganhou, tendo depois dado o salto para a Fórmula Ford inglesa. Em 1989 evoluiu para a Fórmula 3000, onde teve um ano difícil, mas em 1990 regressou a Inglaterra para correr na F3000 local, na equipa do célebre Nigel Mansell. O português teve um ano excelente e ganhou o campeonato, com larga vantagem pontual sobre o segundo classificado.
O passo seguinte era a Fórmula 1. A equipa Coloni interessou-se pelo português e propôs-lhe um lugar na equipa (ou melhor, o lugar na equipa) para 1991. Não é todos os dias que aparecem oportunidades para o topo da carreira, apesar da equipa não ser das melhores. Que fariam os nossos leitores, se estivessem na situação de Pedro Chaves?...
O piloto portuense aceitou o desafio e tornou-se piloto a tempo inteiro da equipa Coloni.


Apresentação da totalidade da equipa Coloni, 1991.
Note-se que, nesta época, Williams e McLaren empregavam mais de 200 pessoas.

Nesta época, a Fórmula tinha mais de 30 carros prontos a participar. Para separar o trigo do joio, a FIA (Federação Internacional do Automóvel) impunha regras: não podiam existir mais de 26 carros em corrida e mais de 30 em qualificação. Isto obrigava a que alguns ficassem de fora...
A equipa Coloni aparecera na Fórmula 1 em 1987 e, desde então, conseguira participar em 13 Grandes Prémios, em 50 tentativas.
Era evidente que a Coloni não era das equipas com mais meios do pelotão. Falta de dinheiro, falta de pessoal, falta de tudo - aliás, a equipa era uma das duas únicas que não tinham dinheiro para ter dois carros em pista. Pedro Chaves nunca teve colega de equipa (conforme é visível na foto.)
Os resultados foram desesperantes. O carro era mau, muito mau - e mesmo que não o fosse, alguma peça acabava por se partir.
Na sessão de pré-qualificação de sexta-feira participavam os 8 carros com piores resultados do semestre anterior. Os 4 melhores passavam à Qualificação. Ora, o melhor que Chaves conseguiu foi ser 6º (por duas vezes.) Mas o 8º lugar era a regra. (E já era bom se o carro saísse para a pista, pois por vezes partia-se antes mesmo de sair das boxes, como em Itália - pistão partido - e não havia peças de substituição...)
Portanto, Pedro Chaves nunca conseguiu participar numa sessão de qualificação - e muito menos numa corrida.

Pedro Chaves num dos melhores circuitos do mundo:
Spa-Francorchamps, Bélgica.


O ambiente na equipa também não era o melhor. Enzo Coloni, o engenheiro dono da equipa, entendia ser sua função a afinação do carro, e os seus pontos de vista chocavam frequentemente com os de Pedro Chaves. Tendo em conta que Chaves não fazia mais de 4 ou 5 voltas, era difícil tirar teimas...

Depois da vergonha que foi a participação no GP Portugal, Pedro Chaves anunciou que abandonava a equipa, alegando incumprimento salarial e impossibilidade de pagar (do seu próprio bolso!) os bilhetes para os últimos GP da época - longas viagens até ao Japão e Austrália, num episódio a fazer lembrar os casos de emigrantes portugueses, em Espanha ou na Holanda , explorados e sem receber qualquer salário. De qualquer forma, Chaves estava absolutamente farto e desgostoso com a forma como fora tratado e com a ausência de perspectivas na Fórmula 1. Quando Gachot, piloto da Jordan, fora preso, em Agosto, Chaves tentou a mudança para a equipa irlandesa, mas como, sem patrocínios fortes? Logo de seguida um desconhecido alemão de nome Michael Schumacher, apoiado pela Mercedes e outras empresas alemãs, contactou a Jordan e a equipa nem sequer hesitou...

Em 1992 Pedro Chaves voltou à Fórmula 3000.

sábado, 10 de março de 2007

Corrida nº 1 - Leiria (24-02-2007)

O primeiro GP do Troféu Pedro Chaves teve lugar no Kartódromo Internacional de Leiria - Núcleo de Desportos Motorizados de Leiria, no passado dia 24 de Fevereiro.
O GP foi chamado de Internacional por contar com pilotos de três nacionalidades (portugueses + 1 holandês + 1 francês) e teve o formato mais simples, e que se prevê seja o habitual ao longo do campeonato: 10 minutos de treino + 30 minutos de corrida.
O "briefing", antes do início dos treinos.
Em primeiro plano, de rabo-de-cavalo, a única participante feminina, Rolanda Pacheco


Ao contrário do que se temia (ou esperava…), não choveu. Houve apenas duas desistências de última hora (nada que não tenha já acontecido na Fórmula 1, com a equipa March, por exemplo) e dois pilotos atrasados, que começariam a corrida do fundo da grelha.
Os treinos deram o tom para a corrida; foi logo visível a diferença de andamentos entre os mais e os menos experientes, mas também entre os que tiveram dificuldades para conseguir uma volta limpa, pois olhando para as lutas dava a sensação que já era a corrida, e não os treinos.

Daniel Sousa mostrou argumentos de peso na luta pelo 5º lugar.

A corrida foi bastante animada e incluiu alguns piões e bastantes toques, mas sem que fosse necessária a intervenção dos Comissários. O caso mais grave terá sido o choque entre Nuno Reis e Hélder Antunes que, segundo este último, terá contribuído para o deixar em três rodas, coisa que Reis desmente categoricamente. (Foi esta a única quebra mecânica, e apesar de o kartódromo ter prontamente substituído o kart, o tempo perdido fora demasiado e Antunes apenas conseguiu recuperar para a penúltima posição).

Michael Augusto na frente de Edgar Oliveira.

Na frente da corrida, o holandês Reinold Vrielink exerceu uma liderança autoritária e praticamente sem sobressaltos. Ismael Paulino, o único que lhe poderia fazer frente (autor das SEIS voltas mais rápidas da corrida), conseguiu afastar-se de Gonçalo Jorge após a 2ª volta mas não encontrou maneira de ultrapassar João Rodrigues, fazendo 3 piões noutras tantas tentativas de ultrapassagem. Mais atrás, Luís Agostinho fez uma corrida relativamente isolada (após os problemas de Gonçalo Jorge) e Daniel Sousa conseguiu os 2 pontos do 5º lugar após um pião de Edgar Oliveira, culminando uma longa luta que durou praticamente toda a corrida.
De registar ainda a curta distância final que separou Michael Augusto, Nuno Pinto e Bruno Bento na luta pelo 10º lugar (2 segundos), e ainda a presença feminina de Rolanda Pacheco que revelou coragem (não só por ser a única mulher numa corrida masculina, e mais ainda pela inexperiênca) e talento, pois apesar de ter ficado no último lugar a grande distância, revelou talento e evolução, como se pode confirmar pela espantosa evolução dos seus tempos por volta à medida que a corrida progredia.

pódio: Reinold Vrielink (1º), João Rodrigues (2º) e Ismael Paulino (3º)

Note-se que, apesar do satisfação dos concorrentes, a organização deste evento tem a equipa Coloni como modelo, e daí o amadorismo demonstrado: Reinold Vrielink não teve direito a ouvir o hino nacional holandês, os troféus vieram dum sótão (dois equipamentos para servir cerveja a metro e uma peça de quermesse), o champanhe foi adquirido numa loja de uma conhecida cadeia de discount alemã (e mais parecia cerveja), as fotos são poucas, o fotógrafo "contratado" esqueceu-se de fazer zoom, e os vídeos estão neste momento em Kabul, Afeganistão, sem se saber quando estarão disponíveis no Youtube.
Os resultados estão aqui, e poderão igualmente ser consultados no linque disponibilizado na barra lateral do blogue.

(A Coloni foi a equipa que levou Pedro Chaves à Fórmula 1. Mas essa história fica para outro dia.)

Eis a classificação do Troféu, após a primeira corrida:

Pilotos 11111111pontos
Reinold Vrielink11111 10
João Rodrigues 111111 6
Ismael Paulino 11111114
Luís Agostinho 11111113
Daniel Sousa 1111111112
Edgar Oliveira 111111111

Pedro Chaves - porquê? (quem??)

Quando se fala em Portugal e Fórmula 1, pensa-se em Pedro Lamy. Recentemente, tivemos o Tiago Monteiro. Os mais velhos recordar-se-ão de Mário "Nicha" Cabral, que fez algumas corridas no início dos anos 60. Mas, e o Pedro Chaves?...

Estreia de Pedro Chaves na Fórmula Um:
GP Estados Unidos, 1991

Sim, é verdade que Pedro Chaves foi protagonista de uma daquelas histórias tragicómicas que acontecem na Fórmula 1 e no desporto em geral. Se no futebol temos a Liga dos Últimos, na Fórmula 1 houve, ao longo da história, muitos pilotos cujo percurso pouco mais merece que uma gargalhada. O mais recente terá sido Yuji Ide, piloto da Super Aguri em 2006, que ocupou orgulhosamente o último lugar de todas as tabelas de tempos até que, após a 4ª corrida, viu a FIA retirar-lhe a Superlicença necessária para participar em Grandes Prémios devido à evidente falta de preparação e a ter causado um acidente grave e desnecessário com o holandês Albers, colega de equipa do Tiago Monteiro, deixando-o de pernas (ou rodas) para o ar.


Pedro Chaves nunca bateu em ninguém - embora nunca tenha tentado ultrapassar ninguém. Na verdade, Pedro Chaves nunca teve a oportunidade de tentar ultrapassar alguém.
Mas a verdade é que Pedro Chaves foi apanhado numa encruzilhada sem solução. Todos nós, no seu lugar, arriscaríamos como ele o fez. Chaves arriscou e deu o seu melhor até mais não ser possível.

Todos nós, participantes do Troféu Pedro Chaves, o temos como exemplo e desta forma o homenageamos.

O Início

Em 2007, um grupo de amigos decidiu fazer, não uma simples corrida de karting, sem consequência, mas um campeonato, um campeonato completo.

E, como estamos num tempo em que se escolhem os Grandes Portugueses, decidiram homenagear um Grande Português esquecido pela História – o ex-piloto de Fórmula Um, Pedro Chaves.



Este é o blogue do Troféu Pedro Chaves! Gentlemen (and ladies), start your engines!