A variante A da pista leiriense revelou-se uma verdadeira surpresa, especialmente para quem já lá tinha corrido na pista B.
Basicamente, a pista tem 4 novas curvas, inexistentes na pista B. Dessas, 3 são um grande desafio para qualquer piloto amador.
Em primeiro lugar, aquela a que vamos chamar a curva 3.
É provavelmente a curva mais rápida desta primeira edição do Troféu Pedro Chaves. A curva que antecede a recta das boxes, nesta mesma pista, também é rápida - mas é simples fazê-la a fundo, pois a zona que a antecede é curta e não levamos muita velocidade. Nesta curva 3, vimos em aceleração desde a curva 1, após a recta da meta. A curva 3 deve ser feita a fundo, mas é preciso tomar a trajectória ideal e que os pneus não estejam demasiado frios. Se estiverem, o kart pode deslizar em direcção ao corrector ou à escapatória; se a trajectória não for a melhor, será necessário fazer algumas correcções em plena curva, controlando o "drift" do kart com o volante.
Depois, a curva 5.
Não sei se devido à forma como o asfalto foi aplicado (relevo inverso?), se por outro motivo qualquer, nesta curva o kart não se comportava como nas outras. Ao travarmos e inclinarmos ligeiramente o volante, o kart não "afunilava" para dentro como era suposto; além disso, parecia travar mal. Assim, entramos na curva com um ângulo pior do que nas outras curvas. Para piorar, o asfalto está de uma forma que, ao entrarmos dentro da curva (ao "retornarmos" à pista B), um pequeno toque de acelerador provocava uma saída súbita de traseira ("sobreviragem"), também anormal em relação às outras curvas do circuito. Se tivermos de levantar o pé e guinar à esquerda para endireitar/compensar, vamos perder potência valiosa, especialmente por se tratar de uma curva de baixa velocidade. A solução passa por travar um pouco mais cedo e tentar ganhar potência ainda antes de se entrar na curva. Aliás, foi precisamente desta forma que I. Paulino ultrapassou A. Ramos para voltar ao 2º lugar, aproveitando a momentânea falta de tracção de Ramos para sair mais rápido da curva, colocar-se ao seu lado e travar mais tarde para a curva seguinte, a que chamaremos o "S de ChaveS" e que é o terceiro grande desafio de pilotagem.
Uma travagem forte, seguida de contra-curva dando espaço à zona mais rápida da pista, até à recta da meta. A meio da contra-curva, um corrector interno (à esquerda) bastante alto, e que, sendo pisado, nos atira para o lado de fora; e ainda, um pequeno buraco no asfalto.
O S de ChaveS deve ser abordado com especial cuidado à saída. A velocidade com que saímos desta curva vai determinar toda a velocidade que vamos alcançar na longa recta seguinte (sim, recta curta, a curva "flat" à direita e toda a longa recta até à última curva). Uma boa saída significa uma boa velocidade de ponta, no final; ter de endireitar à saída por termos escorregado para o corrector à direita, ou por o kart ter saído de traseira, vai prejudicar essa velocidade de ponta. Dada a importância desta recta no total da volta, a saída do S de ChaveS é talvez a curva mais importante dese circuito.
A solução é, independentemente da forma como a entrada no S de ChaveS for abordada, adoptar uma atitude prudente a meio do S; vir para fora (encostar à direita) e não levar muita velocidade. Depois, meter para dentro (sem tocar no corrector à esquerda!) e acelerar a fundo o mais cedo possível, mas sem comprometer a trajectória, ou seja, sem ter de aliviar outra vez antes de sair da curva em definitivo. Dessa forma consegue-se o máximo de potência possível para a longa recta seguinte.
Estas três desafiantes curvas tornam esta pista A um grande desafio de pilotagem - talvez ainda mais que a pista B, apesar de esta ser mais comprida.
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