N. Reis |
Foi agradável tê-lo de volta ao paddock do Troféu Pedro Chaves. Para quando o regresso às pistas?
Talvez na próxima edição do Troféu. De momento debato-me com dificuldades para reunir os apoios necessários e tenho outros projectos em vista. Pondero abandonar o volante em definitivo e dedicar-me às actividades fora de pista, na senda da carreira de Bernie Ecclestone.
Qual a sua opinião geral da corrida?
NR: Quando vi o Ismael na pole e os candidatos ao título em luta directa, julguei que iria ser a corrida do ano! Contudo, a incapacidade de Paulino aguentar Rodrigues atrás de si, e a decepcionante prestação de Vrielink, desviaram-me a atenção da corrida para a discussão da crise financeira com alguns companheiros de paddock. Aliás, o actual formato parece-me demasiado longo, 30 minutos de corrida não privilegia o espectáculo, antes a monotonia. Sugiro a introdução de pit stops obrigatórios e eventualmente a realização de duas mangas (com grelha invertida ou não) para prender a atenção. Ah, e de pit babes descascadas, sempre dava para a malta se distrair...
Eu sou um fervoroso defensor do sistema de pontuação tradicional (10, 6, 4, 3, 2, 1). Contudo, compreendo que poderia dar outro ânimo ao "2º pelotão" haver mais pontos para distribuir (como no Moto GP, por exemplo, ou haver pontos para todos, em sistema a definir). Preferiria ver mantido o sistema em vigor, mas estou receptivo à mudança.
Acha que será necessário o aparecimento de outros pilotos (como Tiago Costa, segundo classificado em Fátima) para que o Troféu se torne mais equilibrado, como era esperado no início? Ou será que os pilotos actuais poderão fazer os progressos suficientes para que tal aconteça? Os três primeiros classificados do campeonato não são propriamente uns génios do volante…
Diria que o equilíbrio e a discussão de posições em pista poderiam trazer espectacularidade ao Troféu, talvez novos pilotos de valor consigam trazer isso, dado que a evolução é difícil, conhecidos que são os meios de que os pilotos dispõem. Além disso, uma massa crítica de pilotos poderia forçar a concorrência a evoluir e não ficar acomodados; note-se que Rodrigues e Vrielink dividiram entre si todas as vitórias e parecem não ter adversários à altura. A performance de Rodrigues causa-me ainda maior espanto devido ao tamanho do seu apêndice abdominal (vulgo pança), situação que deveria favorecer pilotos lingrinhas como Paulino. Tal como o Daniel, também acho injusto a não lastragem dos veículos, retira a verdade desportiva!
Ainda quando a pilotos novos, acha que voltaremos a ter um piloto francês como já tivemos no I Grande Prémio?
Não gosto de fazer futurologia, mas vendo o nível competitivo e organizativo da Superleague Formula, diria que Tristan Gommendy pode ocupar a "época de Verão" no 2º Troféu Pedro Chaves. Além disso, já está habituado a ficar entre o 5º e o 10º lugar; era capaz era de estranhar não haver safety car a entrar em prova a meio do pelotão...
Quais as perspectivas para o próximo campeonato?
Não conheço a visão da organização para o desenvolvimento do troféu. Tenho, contudo, esperança que se torne um campeonato mais animado em pista, promovendo a vertente do convívio pós-corrida. E pit babes descascadas, acho esse aspecto absolutamente fundamental...
Proximamente, não perca a crónica de André Ramos para este blogue. Sim, no caso de Ramos temos não a já habitual entrevista, mas sim uma verdadeira crónica.
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