XIII GP - Entrevista com Pedro Ferraz

Pedro Ferraz, a grande sensação da última corrida, agora em entrevista ao nosso blogue!



Pedro, muitos parabéns pela primeira pole-position, pela primeira vitória e pela primeira volta mais rápida! Qual a sensação? Esperava um resultado tão positivo, antes da corrida?
É obviamente uma boa sensação, nomeadamente porque os meus objectivos consistiam em terminar no top-ten.
No entanto, penso que este hat-trick se tratou de uma situação meramente pontual e que dificilmente se repete.
Tenho que salientar que foram cruciais as dicas que R. Vrielink deu sobre a pista minutos antes da prova.

O olhar duro e determinado do vencedor, Pedro Ferraz,
ao regressar às boxes após a corrida

Melhor ainda: foi a sua primeira corrida na pista de Fátima. Qual a sua opinião sobre o circuito? Interessante, exigente e divertido.
A cada 3 ou 4 voltas via-me obrigado a fazer pequenas modificações na trajectória: bandeiras amarelas, gravilha e ultrapassagens não faltaram.
Muitos "S" a fundo, muito cansaço e muitas lesões musculares no final, foi sem dúvida o circuito que mais pancada deu no corpo.


Durante os treinos, pensou que poderia chegar à pole position?
Não. É verdade que notava alguns pilotos ligeiramente mais lentos mas cada um adopta a sua estratégia nos minutos de treino a que tem direito.
As constantes bandeiras amarelas e pedidos para abrandar tornaram-se frustrantes para conseguir uma volta limpa.



Como reagiu à largada e à primeira volta? Estava nervoso?
Nada nervoso.A largada correu mal, o tempo de resposta de Paulo Ribeiro foi claramente inferior e abandonei logo a liderança nos primeiros segundos. Ele não perdeu muitos centésimos de segundo entre a luz verde e o arranque.



I. Paulino refere que o Pedro cometeu 2 erros que o levaram a perder aliderança. O que aconteceu? Na verdade penso que foram mais que dois... Trata-se de pura inexperiência nas ultrapassagens e controlo da pressão sentida por quem vai à frente.



Depois, perdeu posições para Ferreira, Vrielink e Morgado... quer descrever? De facto não me recordo como perdi essas posições mas tudo leva a crer que se deveram a mais erros provenientes da inexperiência.



Contudo, o pelotão da frente estava a rodar muito junto, próximo do final da corrida, e o Pedro estava em quinto, conforme mostram as fotos.

Por ordem: Ferreira (1º), Paulino (2º), Vrielink (3º), Morgado (4º), Ferraz (5º).
Note-se que nesta altura ainda os três desafiantes ao título ainda ocupavam as 3 primeiras posições.

Pensou que ainda poderia ganhar a corrida ou estava apenas concentrado na luta?

Na verdade, a determinada altura pensei que chegar à liderança seria praticamente impossível, não fazia ideia em que lugar estava e apenas me concentrava em recuperar posições.
Quando ultrapassei R. Vrielink não tinha a certeza se estava a passar para 1º, só na recta final é que me apercebi.



Como é que voltou a ultrapassar os 2 pilotos da RR Sauber?

Pouco depois, por ordem: Ferreira (1º), Paulino (2º), Ferraz (3º), Vrielink (4º), Morgado (5º),

depois do piloto valadense ter deixado a RR Sauber para trás.

A ultrapassagem de Ricardo Morgado não me recordo, mas a de R. Vrielink foi na saída da curva apertada à direita depois do "S".
Sabia que no "S", R. Vrielink não tirava o pé do fundo e que atacava esta curva de forma distinta.
Depois de me aproximar, travei ligeiramente mais cedo e consegui colocar-me lado a lado logo após a saída da curva.





Qual a sensação quando viu Paulino e Ferreira afastados? Sentiu-se nervoso por estar tão próximo da vitória? Nervoso não, na verdade fiquei preocupado a pensar na forma como iria entrar na curva na volta seguinte, a quantidade de gravilha seria considerável com o reposicionamento dos karts em pista.
Não pensava muito na vitória, só em conseguir dar o meu melhor a cada volta.



E agora, qual o objectivo para a última corrida da temporada, em Leiria?
Se puder estar presente, espero conseguir ficar novamente no top-ten.