domingo, 26 de outubro de 2014

Paulo Ribeiro: "Leiria não perdoa"


TPC - Depois de uma prova cheia de polémica e um resultado muito negativo em Palmela, não conseguiu melhor que a 12ª posição na grelha e a 13ª posição na corrida, o seu terceiro pior resultado da época. Começou bem e terminou mal? O que se passou?

Paulo Ribeiro - Polémica? Não vi nada disso, foi até muito pouco polémico o que se passou em Palmela... Agora, este foi o meu terceiro pior resultado, não foi o pior! Agora a sério. Estou lento e perdi muitas posições por defender mal e cometer demasiados erros de pilotagem. Leiria não perdoa. É um circuito internacional oficial e tecnicamente exigente. No princípio da época foi mais fácil, não sei porquê. Eu acho que os novos pilotos, na sua maioria, têm muita qualidade e são muito rápidos. É natural que vá descendo na classificação à medida que novos e melhores valores ocupam os lugares cimeiros. É a roda da vida...


TPC - Como lhe correram os treinos? Fechou o pelotão do segundo 2...

PR - E acho que fechei muito bem!  A maioria de nós estava nesse segundo, bem apertadinho! Comecei os treinos atrasado por causa da instalação do meu novo reservatório de hidratante e lá fui tentando fazer um bom tempo atrás do Paulo Figueiredo. Mas ele já estava a descansar e fui andando atrás de outros a ver se conseguia fazer um bom tempo. Não chegou para mais. Meio segundo perdido na curva da recta da meta e meio segundo perdido noutros sítios e lá estava eu no meio do pelotão... E, sem chuva à vista...

TPC - Qual a sua visão da prova? O que acha que poderia ter feito melhor? Exagerou na luta com Canteiro? O que se passou?

PR - Acho que foi uma excelente prova, rápida, competitiva e sem casos. Correu muito bem, no geral. No meu caso, em particular, perdi várias posições por defender mal e estar lento. Felizmente, a hidratação teve um excelente efeito e mantive-me competitivo à medida que os meus adversários ficavam mais cansados. Foi assim que consegui chegar até ao João Canteiro e manter um excelente e correcto duelo até à última volta. Na última volta, ao ver o João alargar a trajectória para a curva da descida, decidi arriscar e tomar a trajectória de dentro e passá-lo na travagem. Qual quê! Quando vi que ele estava a fazer a trajectória normal quem se agarrou aos travões fui eu! E, mesmo assim, não chegou para evitar um pequeno toque. Até parecia que nada se passaria quando, subitamente, o kart dele deslizou e ele foi de encontro aos pneus! Devia ter abrandado e esperado por ele, mas não o fiz na altura... fica para a próxima!

TPC - Terminou o Campeonato de Pilotos do TPC na 9ª posição e aguentou a Acceleron Motorsport no Top Five com o 5º lugar no Troféu de Equipas. O que pensa destes resultados e como encara a temporada de 2015? O que pensa da criação da Acceleron Junior Team? É positivo  para a Acceleron ou divide forças? Como vê a prestação de Caetano e o seu futuro na Acceleron?

PR - Não foram os resultados que esperava e desejava mas foram os possíveis. Com quase 51 anos de idade estar no Top Ten de um troféu competitivo como este não é vergonha nenhuma. Quanto à Acceleron, a falta de treino dos pilotos principais está a ter um preço alto na nossa classificação e isso vai ter que ser revisto em 2015. Vamos ter que trabalhar mais para aceder ao pódio. A criação da Junior Team foi a melhor ideia que tive, é excelente para a Acceleron e ainda será melhor se lhe juntarmos mais um piloto. Será a nossa "cantera" e, provavelmente, dentro de pouco tempo, os pilotos da Junior Team poderão estar como permanentes na Motorsport. Caetano é um piloto muito dotado e um excelente companheiro de equipa, creio que poderá ter uma longa e frutuosa carreira na Acceleron, se o desejar. Para já parece estar a gostar e, pelos vistos, muito, já que está a ficar regularmente à nossa frente!

TPC - Como comenta os rumores de lastragem e mais provas em 2015?

PR - Com alguma apreensão. Mas positiva. Acho que a lastragem vai ajudar a aproximar os desempenhos no sentido em que diminuirá a diferença por peso e aumentará a importância da condução. Quanto ao maior número de provas, estou de acordo que haja mais, sem exagero. Mas, mais importantes que mais era que fossem diferentes, para quebrar a monotonia e trazer novidade e novos desafios. Por mim, vou a todas, desde que possa! Até breve!

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