segunda-feira, 26 de abril de 2010

XI GP - Entrevista c/ I. Paulino

Qual a sua opinião geral da corrida?
Pessoalmente, creio que foi a melhor corrida da minha carreira. Pelo resultado, pelo ritmo imposto, e até pela forma física com que terminei a corrida – não me sentia cansado, ao contrário do que é costume. E fica na memória, claro, pelo duelo magnífico com o Reinold.


Como reagiu ao aguaceiro que caiu durante os treinos?
Comecei a abrandar, a travar mais cedo e a experimentar a trajectória de chuva. Como comecei a ultrapassar alguns adversários, achei que estava a ir bem. Mas lembrei-me que talvez não tivesse feito um bom antes de começar a chuva, e poderia não ter hipótese de melhorar. E pensei que o Tiago Ferreira ia vencer a corrida


Percebeu que a pista estava a secar rapidamente?



Nem por isso. Parou de chover, mas a pista secou muito rapidamente mesmo. Foi quase por coincidência que me lembrei de experimentar a trajectória de seco. Felizmente ainda fui a tempo de fazer um bom tempo.


Como reagiu à largada e à primeira volta?
Larguei bastante mal e perdi duas posições até à primeira curva. As primeiras voltas desta corrida foram dos momentos mais intensos que vivi no karting. Não parou de haver trocas de posições entre os 7 primeiros, visto que quem passava encontrava outro piloto à frente e depois perdia tempo, e assim sucessivamente. Eu apenas pensava em passar o piloto à minha frente, mas sempre sem cometer erros que permitissem o ataque a quem estava atrás. E sem pensar em que posição estava. Quando dei por mim, estava em 3º, a rolar mais rápido que o Reinold e estávamos a perder tempo para o Mateus, visto que ele já estava isolado e não tinha de se defender de ninguém. Tenho pena, de facto, que se tenha estragado a corrida do Paulo e do Mário, que estavam a andar muito bem.


Pensou, em algum momento, que poderia vencer a corrida?
Sinceramente, não. Depois de ultrapassar o Reinold, dei o máximo para alcançar o líder, mas só mesmo se ele cometesse um erro. Entretanto, fui ficando um pouco cansado, o que permitiu ao Reinold ultrapassar-me de novo.


Como descreve a luta com o seu velho rival, R. Vrielink?
Foi uma luta extremamente intensa, connosco a lutar por cada centímetro de pista. Há já algum tempo que não tinha uma luta destas e foram uma satisfação e um prazer enormes.


No entanto, parece que adoptou uma estratégia calculista. Quer comentar?
Quando o Reinold me passou, à 13ª volta, eu estava a ficar um pouco cansado, e optei conscientemente por não colocar resistência. Se começássemos, nesse momento, a disputar posição, íamos perder tempo tanto para o 1º, como para o 4º (que eu não sabia quem era mas não estava muito longe.) Se o Reinold fosse mais rápido, paciência; se não, eu voltaria a atacá-lo mais tarde. Além disso, seria mais fácil se ele me servisse de “lebre” e me indicasse uma trajectória "óptima". E funcionou, visto que consegui acompanhá-lo e, algumas voltas depois, aproveitar um retardatário para voltar ao 2º lugar.

Mas isso não foi uma forma de desistir da vitória?
Não. Se eu estava a ser ultrapassado pelo 3º, como podia pensar em chegar ao 1º? Temos de pensar num problema de cada vez. Pelo contrário; eu terminei apenas a 5 segundos do Mateus, e se tivesse tentado discutir roda-a-roda com o Reinold quando ele me passou, provavelmente teria perdido mais tempo. Na posição em que estava, teria sempre de esperar pelo erro do Mateus, que nunca veio. E além disso, havia que evitar a aproximação do 4º, que, como vimos, é o Luís [Bajouco], um dos meus principais rivais no campeonato.


Qual a sua opinião sobre as recentes polémicas relativas à indisciplina em pista?
Creio que o Paulo Ribeiro tem toda a razão em sentir-se injustiçado, pois alguém lhe roubou um bom resultado. Contudo, não creio que as organizações possam fazer muito mais do que fazem no momento. A única hipótese é mesmo penalizar os kartódromos que não tenham infra-estrutura à altura. Recordo o GP que fizemos em Fátima, em 2008, onde houve advertências para muitos pilotos. Infelizmente, se os outros kartódromos não corresponderem, o que se pode fazer? … Acima de tudo, apelar à consciência de cada um e recordar que estamos aqui para nos divertirmos.


É a primeira vez que lidera o campeonato. Tem consciência que é o principal candidato ao título?
Nem por isso. Continuo a perseguir a minha primeira vitória. Os pilotos da BF Team estão muito fortes, à chuva e em seco, e o Reinold não é nenhum outsider, pelo contrário, ele tem 2 vitórias no currículo e é o vice-campeão de 2007-08. Além de que os outros não estão muito longe, basta ver que a KXT fez a primeira linha e é óbvio que o João e o Mário estão em boa forma.
Esperemos que Palmela tenha um bom sistema para penalizar os infractores…

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