X GP - Entrevista com João Rodrigues

(Foto Euroindy)

Qual a sua opinião geral da corrida?
Apesar das condições atmosféricas adversas, julgo que no plano desportivo foi das melhores que tivemos até hoje no troféu, grande afluência de pilotos e de público, uma vasta equipa de reportagem e acima de tudo um grande espírito de fairplay durante toda a prova, sem incidentes de maior,o que por vezes, pela falta de experiência, tem tendência a acontecer.

Que comparação faz com a corrida de Leiria?
Pois, sinceramente julgo que depois da experiência de pilotagem à chuva, teria de estar bem melhor do que realmente estive. Continuo a ser conservador demais, preocupando-me essencialmente em evitar erros do que propriamente em ser muito rápido,o que se espelha totalmente nos meus tempos por volta e obviamente na minha classificação final.

O 14º lugar nos treinos foi a sua pior qualificação de sempre. Quer comentar?
Tal como disse anteriormente, a minha abordagem cautelosa espelha-se nesse resultado, pois o principal objectivo que tive nos treinos era ver as condições existentes e tentar dentro dos possíveis saber qual a melhor maneira de evitar os piões que certamente iriam existir durante toda a corrida a todos nós...

Contudo, acabou por efectuar uma recuperação sólida e eficaz até à 10ª posição. Qual a sua estratégia, ou atitude? O que mudou desde a corrida de Leiria? Sente que fez progressos na pilotagem à chuva?

Julgo que a minha táctica de corrida resultou tal como tinha planeado; tive uma largada forte pelo lado de fora, o que me permitiu ficar logo atrás do Ismael perto da 10ª ou 9ª posição e sabendo de antemão que era dos mais lentos em pista (tal como se pode confirmar pelos tempos por volta) joguei nos erros dos adversários... Tentei adoptar um ritmo estável e evitar os deslizes que iam acontecendo um pouco por toda a pista a todos os pilotos e embora tenha cometido mais erros do que gostaria, parece-me que dificilmente conseguiria melhorar a minha classificação final.

Como reagiu à largada e à primeira volta?
A largada posso dizer que foi perfeita; consegui logo no arranque ultrapassar o piloto que se encontrava à minha frente pelo lado de fora,o que me permitiu estar em excelente posição na abordagem à longa curva que se segue à recta da meta e evitar grandes toques, que realmente sucederam já na entrada para a curva seguinte, onde se criou uma certa escaramuça, e de onde saí ileso a grande custo mas numa posição dentro do top ten. No decorrer da 1ª volta tentei seguir na traseira do Ismael, mas tal como previa o seu ritmo era demasiado elevado para o conseguir acompanhar.


Foi a 10ª participação e a 10ª vez que terminou uma corrida no Top-Ten. Pensou, durante a corrida, que poderia deixar escapar este recorde para I. Paulino?
Sinceramente foi algo que nunca me passou pela cabeça,apesar de ser um recorde mutio positivo e revelador da qualidade de ambos os pilotos, que se conseguem manter nas posições cimeiras mesmo contra muitos bons participantes que estiveram e estão presentes neste troféu.

Desta vez, não vamos perguntar pelas perspectivas para o campeonato, pois um bicampeão que efectua uma recuperação tão firme como esta, em condições tão adversas, só pode apontar ao título. Fica, então, a pergunta: qual a perspectiva para a próxima corrida?
Só tenho uma perspectiva e no fundo um desejo...que não chova!!! Pois isso nao posso controlar, porque havendo condições climatéricas favoráveis sinto que posso lutar de igual para igual com os pilotos da frente do campeonato.