Paulo Ribeiro na corrida anterior (XXX GP). imagem Maria João Almeida/rujorian.eu |
Mais uma excelente prova, muito competitiva, com pequenas diferenças entre pilotos e muitos pontos de interesse. Se bem que prefira estar no meio do acontecimento, gostava muito de poder assistir à prova da bancada para ver bem as muitas lutas e a alta competitividade que vejo na pista. A inversão da pista foi agradável embora não me tenha beneficiado nada. Depois de dois meses parado, estou com pouco ritmo e isso ficou bem expresso na posição na grelha e na corrida... Simplesmente, não acertei com os dois ganchos mais importantes da pista e nunca estive bem nas partes rápidas. Assim, não se ganha... Tenho que trabalhar mais e melhorar a técnica.
A largada foi um pouco complicada. Ninguém dá espaço, todos querem passar à frente, é sempre um momento crítico. Curiosamente, pela primeira vez, "engasguei" o kart no arranque, quase fiquei parado! Depois lá andou e até andava bem. A primeira volta foi, como habitualmente, tudo pára-choques com pára-choques e a tapar trajectórias, que esta malta não brinca em serviço!
Já tinha corrido nesta pista antes? (Link) Qual a sua opinião sobre a "grande parabólica", uma curva muito rápida e onde se entra à velocidade máxima?
Já é a terceira vez que corro nesta variante. Gosto muito mais do circuito assim mas tenho imensa pena que o piso da "parabólica" - que não é uma parabólica - esteja tão degradado... É tanto salto que mais parece TT... Na minha opinião, não se perdia nada em arranjar aquela parte do circuito. Piso novo, um novo traçado - uma parabólica verdadeira - um pouco mais largo e com algum "relevé", sem "chicane" prévia, isso sim, dava para fazer a fundo e em total segurança, como Daytona ou Indianápolis... Enquanto isso, lá vamos, saltando e rindo!
Um artigo recente da Exame (BR) afirma que o futebolista Messi tem síndrome de Asperger e que isso é uma vantagem em campo. Será que Ayrton Senna também "sofria" de Asperger?
Há uma relação interessante entre os casos de autismo ligeiro e o sucesso desportivo e não só. A capacidade de aprendizagem, repetição compulsiva e especialização com aperfeiçoamento contínuo é apanágio de muitos indivíduos que sofrem deste síndrome. Talvez a sua capacidade de se isolarem facilite a máxima concentração necessária para se atingirem os limites do desempenho. Acho que o Ayrton era, apenas, obsessivamente obstinado e ultra-competitivo. Nunca gramei o Prost mas o Ayrton irritava-me bastante. Mas era um génio e poucos o igualarão.
No "paddock" foram muito comentados os "puxões de orelhas" de Canteiro e Alemão. Então, o que é que se passou, afinal? O "gentleman driver" passou a portar-se como um piloto dos V8 Supercars?
Nada mudou... Só que a confiança dá nestas coisas. Eu já conheço o Mário há muitos anos e sei que posso "esticar a corda" com ele porque ele nunca fará nada de errado. Por isso, entrei num desafio - um bocadinho infantil, é certo - na recta da meta e na parabólica. E, se à primeira, ele levantou o pé, à segunda não o fez e fizemos a parabólica na loucura total! Eu gostei, apesar de ele me ter ultrapassado. Mas ele não achou muita graça, ok, foi parvoíce, admito.
Com o João foi uma coisa totalmente diferente. Foi mesmo nabice... e falta de reflexos. De todas as pancadas que lhe podia ter dado, aquela foi a mais perversa de todas. Acho que se quisesse fazê-lo não conseguia. Não lhe estraguei a corrida totalmente mas percebo perfeitamente que ficasse aborrecido. Eu ficaria. Conversámos, apresentei as minhas desculpas, é assim mesmo. Há sempre toques, encostos... às vezes não é nada, outras estragam uma corrida. Errar faz parte do desporto.
Só falta uma prova para o final do TPC 2013. Quais os objectivos a atingir em Leiria?
Gostava de chegar ao pódio mas acho que não tenho hipóteses. Leiria com piso seco e com pilotos rápidos como estes são não me dá grandes hipóteses. Se for realista, posso ficar entre o 4º e o 10º lugar. É o máximo a que posso aspirar. E vou preparar-me para 2014. A Acceleron Motorsport também está numa posição complicada e não deve poder opôr-se às equipas mais performantes. Mas pode ser que chova. O que já não quer dizer muito... Vamo-nos divertir imenso em Leiria, nada temos a ganhar, nada temos a perder... Até lá!
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