segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

IX GP - A crónica de Paulo Ribeiro (II)

«Comecei os treinos a sério na segunda volta. Ainda hoje estou espantado com o terceiro lugar na grelha. Foram os treinos mais descontraídos de que me lembro. Não só não andei no máximo como não tentei nenhuma volta "Banzai". Rolei rápido e tentei conhecer a pista. E não estava a correr nada mal até ao momento que vi três pequenas gotas de água na viseira. "Não acredito - pensei eu - está a chover!"

Drama, pânico, confusão. Subitamente, todos à minha volta começavam a entrar em "tête", uns à frente, outros ao lado, atrás. Até eu me vi aflito para me manter em pista e não dar nenhum toque. Para mim, aquelas gotas foram o final dos treinos. Agora, só pensava em ir vestir o fato de chuva que tão imprudentemente tinha deixado guardadinho no escritório...

Antes do início dos treinos. Em primeiro plano, o autor desta crónica, já sem o fato de chuva.

E assim fiz. Uma voltinha de patinagem artística e toca a entrar nas boxes. Neste momento lembrei-me de um episódio do passado, mas isso agora não interessa nada... Parei o carro e corri para o escritório. Fechado à chave. Quem tem a chave? A D. Helena. Onde está a D. Helena? Na torre de controlo... Isto vai ter que ser assim mesmo, pensei eu, é prá molha, seja o que Deus quiser...

E lá fui. Uma volta até à pré-grelha e já estava tudo à minha espera, mandaram-me seguir de imediato para a grelha e tomar a minha posição. Foi aqui que descobri que tinha feito o terceiro tempo nos treinos. Nada mau para um estreante nesta pista. E logo atrás do Ismael e do Capela, bons volantes, rápidos e eficientes... Onde estaria o João? E lá aguardei que todos tomassem os seus lugares. O comissário deu a grelha como formada e acenderam-se as luzes vermelhas do semáforo. Tinha chegado o momento da verdade. Era o momento da partida.»

(Continua)

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