sábado, 17 de novembro de 2007

II GP - entrevista c/ I. Paulino

1 - qual a sua opinião geral da corrida?
Apesar de ter sido uma corrida de recurso, sem treinos, com metade da duração, etc., ou low-cost, como lhe chamaram, creio que o pessoal ficou satisfeito. Claro que é pena termos sido tão poucos.
Em termos desportivos, creio que foi igualmente um sucesso; para mim, pessoalmente, foi uma grande m****.

2 - qual a sua opinião sobre a largada?

Creio que inverter a grelha em relação à corrida anterior foi uma óptima opção. Os pilotos que estão atrás tinham “obrigação” de passar os da frente, e se não foram capazes de o fazer, paciência. Além disso, a ausência de acidentes foi uma prova de que se tratou de uma opção acertada, apesar da inexperiência dos da frente, em especial do pole man. Para mim, pessoalmente, foi óptima. Arranquei bem e passei logo o Michael [Augusto], que ficou quase parado; depois, os outros ocuparam a parte de dentro da curva e pude atacar sem problemas pela parte de fora ao longo das curvas 1 e 2. Ao chegar à curva 3 já era terceiro, depois foi só ser assertivo e sair da curva 4 na liderança. Infelizmente, na travagem para a curva 6 fiz borrada da grossa e baixei para último.


3 – Cometeu demasiados erros. O que aconteceu?
Antes da corrida senti uma dor de estômago e pensei “hoje não é o melhor dia para isto.” Talvez fosse psicológico. A verdade é que durante a corrida não tive quaisquer problemas físicos, apenas mentais. Senna dizia que uma corrida é como um jogo de xadrez, tem que ser reflectida e mexer uma peça de cada vez. Tendo em conta que o Zé mecânico nos avisou de que os travões eram de cabo (?) e que não iam travar muito bem, só me posso queixar de mim próprio. Durante a corrida não me lembrei uma única vez de “parar” para pensar no que estava a fazer. Devia ter pensado que os travões não estavam a funcionar a 100%; que, se estava na liderança, não precisava de forçar o andamento; que os outros pilotos também iriam cometer erros, que eu podia aproveitar; e que o circuito da Batalha tem apenas 3 pontos de travagem, e que mais valia ganhar tempo em todos os outros.
O meio ponto acaba por ser quase uma sorte…

4 – Quer comentar a afirmação de R. Gomes de que o ultrapassou depois da bandeirada de chegada?
Houve por certo qualquer confusão, talvez porque o Ricardo terminou com voltas de atraso. O que é certo é que na minha penúltima ou última volta despistei-me com especial violência na curva 3, ao ponto de ter de retirar os pneus de protecção de cima do motor, para poder continuar. (mas não tive que me levantar.)

5 - Perspectivas para o campeonato?

Antes de o campeonato começar, eu não fazia ideia quem seriam os líderes e não tinha perspectivas nenhumas. Para dizer a verdade, para a corrida de Leiria tinha pensado ficar nos 10 primeiros. Mais tarde, depois de ter sido sempre tapado pelo João e ter feito as 6 voltas mais rápidas dessa corrida, fiquei de facto a pensar que poderia conseguir mais. Sem folhas de tempos é difícil dizer, mas sinto que deitei fora a vitória ao não raciocinar com frieza durante a corrida, pois tinha andamento suficiente para isso. Na próxima corrida vou tentar correr com mais calma e mais frieza. Para já não penso no campeonato, pois o atraso pontual para os líderes é já considerável (e ainda bem que a corrida anterior só teve metade dos pontos…) Depois, se conseguir manter-me tão “icy” como o Raikkonen, talvez possa igualmente recuperar de uma grande desvantagem pontual.

Sem comentários: