segunda-feira, 5 de outubro de 2009

VIII GP - A Crónica de Paulo Ribeiro (II parte)

Paris-Almeirim-Dakar

Entro na recta e acelero a fundo sempre a ver o que se passava à minha frente. Um grupo muito junto de pilotos a tentar entrar num gancho complicado. E é então que um deles faz um pião, embrulham-se todos e juro que me assustei, porque as colisões foram muito fortes. Só vi o Nelson a sofrer um impacto enorme e o pai no meio da molhada… Ainda eu pensava corridas sem pára-choques…

Não tive outra opção senão tentar passar por fora. E lá fui eu direitinho à gravilha. E, devagarinho, lá fui rodando e o kart não atolou, não parou e consegui chegar ao asfalto. Até respirei de alívio, mas tinha perdido muito tempo e, de certeza, algumas posições. Agora, totalmente desorientado em termos de posição, só me restava uma táctica: o ataque insano.





A corrida


A partir daquele momento, sem saber em que posição estava e quem estava à minha frente, tudo o que podia fazer era, simplesmente, atacar.

Durante toda a corrida sofri com...


 a fraca aderência da traseira. Caramba, um 270 não tem 300 cavalos, como é que na falsa “parabólica” a traseira não agarrava? Saía de tal modo que tinha que contra-brecar e cheguei, por vezes, a tirar o pé para o colocar na trajectória.

À medida que se sucediam as voltas, comecei a perceber onde estava: numa sanduíche de Silva Brawn! A verdade é que até fiquei satisfeito. Tinha um piloto rápido a quem seguir e um piloto rápido a quem fugir. Se me aguentasse entre eles não podia ficar mal.




E assim foi a minha corrida: a não conseguir apanhar o Eugénio e ele a escapar-me devagarinho e o Nelson a ganhar-me uns quantos metros por volta. O resultado foi o esperado. Descolei de um e o outro colou-se a mim à espera que acontecesse o inevitável, que aconteceu. Uma má trajectória no gancho 2, uma saída larga e aí vai o Nelson, imperial, à minha frente.

A partir daí, foi tentar agarrá-lo, sem sucesso. Apesar de estar muito cansado, consegui fazer o meu melhor tempo na penúltima volta o que só soube muito depois. Quando vi a bandeira de xadrez a minha pergunta era “afinal, em que posição fiquei eu?”. Quando será que os kartódromos colocam uma torre com as posições na recta da meta, estilo Indianápolis?



Rolámos devagar até às boxes. Assinalei um barulho estranho na roda traseira direita, não faço ideia do que fosse. Afinal, não custou muito conduzir à noite. A iluminação não era a melhor mas não foi dramático, especialmente para quem estava habituado a andar à noite numa mota inglesa a 6 Volts…

Para mim, cumpriu-se a “maldição de Almeirim”. Salvou-se o jantar de sopa da pedra, fenomenal! Agora, venha Leiria, pode ser que aconteçam… Milagres!

1 comentário:

Paulo Ribeiro disse...

Informo a Exma Organização e os senhores pilotos que algumas fotos da corrida de Almeirim - infelizmente de muito baixa qualidade - estão disponíveis no site www.fotokart.eu . Basta escolherem as que quiserem e solicitar o envio por e-mail através dos comentários. Não esquecer de fornecer um e-mail válido. Obrigado.
Paulo Ribeiro