A foto de família |
"Os Sodikarts novos pareceram-me equilibrados, não só pela experiência com o kart que me calhou mas também pelo notável equilíbrio de tempos, uma vez que na qualificação houve apenas 0,8s entre o primeiro e o último. Nos treinos, a dada altura, utilizei o Ricardo Marques como lebre e praticamente consegui acompanhá-lo, só que os 4 ou 5 décimos que perdi, num circuito curto e num plantel tão apertado, foram uma eternidade... já sabia por andar em Almeirim que o meu estilo de pilotagem não se adapta muito bem ao Sodikart, e o meu problema é meu e não da máquina, que me pareceu muito bem. Isto é um pouco como o Raikkonen de 2007 em diante, como se diz aqui.
Larguei ao lado do Ferraz e fui o mais cuidadoso possível para não comprometer a corrida da 150 SARIP. Na 2ª volta, estava em 12º quando alguém me deu um toque e fiquei virado ao contrário na primeira curva, e qualquer hipótese que eu tivesse acabou aí. São coisas das corridas, que acontecem, especialmente num pelotão com muita gente junta e muito compacto. Reclamei para o Charlie Whiting via rádio, disse montes de asneiras, mas ninguém me respondeu e ninguém se queixou dos meus palavrões no Twitter. De qualquer forma, não desisti e fui em busca de tentar recuperar nem que fosse uma posição.
Durante várias voltas pude ver que estava cada vez mais perto do pelotão, certamente porque se estavam a atrasar uns aos outros enquanto eu circulava em "clean air", como se costuma dizer. Acabei por fazer um novo pião na curva 1, sozinho, e foram mais uns 4 segundos que me atrasaram de novo; de qualquer forma não foi por aí que não cheguei ao 12º lugar.
Notei depois que o kart 16 (Humberto Gomes) teria cometido um erro também e continuei a apertar o ritmo. Quando cheguei perto percebi, através do capacete, que era da equipa Ana Cabeleireira Sacavém e que portanto não era só uma luta entre pilotos mas também entre equipas, neste caso com a equipa "B" da 150 SARIP que inscrevi para esta prova. Passei umas 2 ou 3 voltas até conseguir, no miolo, sair mais forte em aceleração para travar por dentro a seguir. Depois foi controlar as dobragens de 1º e 2º para evitar perder tempo com eles (e eles comigo).
Foi um resultado mau mas, por outro lado, tendo em conta que eu já sabia que os Sodikarts não são a minha praia e tendo ficado em último destacado à 2ª volta, acabou por ser uma boa experiência. E foi mais um circuito novo, pois nunca tinha rodado no Campera anti-horário.
Tirando o José Lobo que foi o dono da prova, o destaque deveria ir para o Pedro Ferraz da minha 150 SARIP que foi quem ganhou mais posições da qualificação para a corrida: 5 lugares, de 11º para 6º. Que excelente contratação!"