sábado, 27 de dezembro de 2014

TPC em grande nas 6 Horas de Almeirim



Realizou-se em Novembro passado mais uma edição das 6 Horas de Almeirim, no Kartódromo da Quinta da Conceição. Pela primeira vez, uma equipa oficial do TPC  esteve presente, assim como a Jotapê/Sem Stresse, a Vírus Kart e muitos outros pilotos, perfazendo, no total, 16 pilotos TPC presentes.


A equipa TROFÉU PEDRO CHAVES foi composta por Mário Alemão, Reinold Vrielink, Luis Tereso, Francisco Caetano, Pedro Caetano e Manuel Santos e terminou na 16ª posição, depois de vários problemas técnicos no kart logo no início da prova. A equipa JOTAPÊ/SEM STRESS foi composta por Paulo Correia, João Canteiro, Jorge Gaspar e Miguel Amaral tendo terminado na 12ª posição da geral.



Mas deixemos os pilotos contar a sua experiência e impressões sobre a prova.







TPC - Foi a primeira vez que equipas constituídas por pilotos do TPC participaram numa prova extra-campeonato e logo numa prova de resistência! O que acharam? Quais foram as vossas impressões positivas? E negativas? Foi muito diferente do TPC? Porquê?



Mário Alemão: Fantástico! Pareceu-me mais uma prova de TPC a fazer o seu São Martinho do que uma prova organizada pelo Kartódromo de Almeirim. Senão vejamos: 16 dos pilotos presentes participaram no TPC 2014; cinco formaram a equipa do TPC, juntamente com Manuel Santos, que esperemos venha participar no TPC 2015. Dos 16 pilotos presentes no TPC 2014, 12 terminaram no top 14 do nosso troféu. Daí a sensação de estarmos num convívio TPC e será um aspecto positivo a ter da prova e do nosso troféu. Muitos e bons pilotos que se juntam a tantos outros troféus nacionais.




Francisco Ferreira: Eu gostei da prova e do convívio, infelizmente não pude ficar até ao fim com muita pena minha! Sem dúvida a impressão mais positiva foi o arranque à "antiga". Foi muito divertido! Sendo uma prova de resistência é bastante diferente do TPC, ganha-se e perde-se muito tempo nas trocas de pilotos, a qualificação é a correr pois nem 5 minutos dá a cada piloto, o kart ao início parecia bom, durante a corrida fomos notando que tinha pouco rendimento em relação à concorrência...o que adicionou mais tempo nas boxes para corrigir o problema.




João Canteiro: Bom, de facto foi muito diferente do TPC, onde as corridas são mais de sprint, para dar tudo num curto espaço de tempo, em 30 minutos. Nestas provas de endurance tem que se ter atenção, por exemplo, ao timing exacto para o reabastecimento. Convém ter algum conhecimento prévio sobre a autonomia dos karts, isto é, sabendo que os karts aguentam algures entre as duas horas e meia, três horas de corrida, por vezes arriscamos e vamos até às três horas de corrida com um depósito cheio, já que, no final, parar uma ou duas vezes faz toda a diferença. Nesta questão dos reabastecimentos, nem tudo é igual para todos, tem que se ver o peso dos pilotos todos da equipa, ver se está calor ou frio, tudo variáveis que vão influenciar o consumo durante a corrida.



TPC - Como vos correram os treinos?




MA: Por se tratar de uma prova longa, desde logo pensámos em ambientar-nos ao kart que nos tinha sido sorteado em vez de corrermos loucos para a 1ª linha da grelha de partida. Nesse sentido, todos nós demos umas voltas e conhecemos o kart, e aproveitámos para aprender a efectuar as trocas de pilotos nas boxes. O resultado dos treinos acabou por ser modesto mas consciente da prova longa que vinha a seguir.



FF: Os treinos foram difíceis para todos, a pista estava molhada e muito escorregadia, e dava pouco tempo para "estudar" o percurso.



JC: Os treinos não correram lá muito bem, só conseguimos tirar o 15º tempo (em 20), afinal havia que dar tempo de rodagem para todos, até porque tínhamos na equipa um piloto com menos experiência.



TPC - Como foi a concorrência?




MA: Concorrência fortíssima! Parece que nestes encontros extra que os kartodromos proporcionam surge sempre a "nata" das provas individuais espalhadas por esse país. Muitos dos grupos já batidos e com ritmos de campeões, outros a esforçarem-se contra contrariedades, outros a optarem por irem passear dentro de pista.



TPC - Como funcionou a equipa? Como correram os reabastecimentos e as trocas de pilotos?



MA: Habituados a correr contra o tempo de uma forma solitária no TPC, sem dúvida que a entreajuda de todos e o espírito de equipa foi do melhor! Sempre presente! Como disse anteriormente, aproveitámos nos treinos para efectuar troca de pilotos e durante a prova não houve qualquer dificuldade de maior. Sempre rápidas.



FF: Funcionou nas calmas e bem pois o interesse era o convívio. Mas sem dúvida que poderíamos ter ganho algum tempo nas trocas de pilotos. Reabastecimento penso que só foi feito um, corrijam-me se estiver enganado...!



JC: Acho que a equipa funcionou bem no seu todo, o reabastecimento correu impecavelmente bem (calhou-me a mim...), levámos o kart até às três horas de prova (como referi atrás) para assim fazer um só reabastecimento e ganhar tempo. A pista de Almeirim é boa nesse aspecto porque quem vai no kart, se estiver atento, (a sair da parabólica e a entrar na recta da meta) dá para espreitar se a box de abastecimento está livre ou se está lá um outro kart a meter "gasóil". Tem que se jogar com isso para não se apanhar lá outro kart, senão perde-se muito tempo... As trocas de pilotos também correram bem, não houve nada a registar.



TPC - Como foi a vossa prova? Em 6 horas acontece muita coisa... Quais foram os episódios mais marcantes?



MA: Efectivamente em 6horas acontece muita coisa. Apesar de todos termos corrido nos treinos, creio que a habituação não foi muito rápida a um kart nervoso na travagem e com falta de potência em recta. Demos com esta falta de potência decorria já a 1ª hora e pensámos que deviamos ir à oficina verificar e afinar. Antes de chegar a esse momento sofremos uma penalização nas boxes por termos prolongado o 2º turno em pista, por falta de oportunidade em saír para a troca de pilotos. Após a penalização e a passagem pelas boxes para afinar o kart, começámos a melhorar os tempos daí em diante. Embora as trocas de pilotos tenham sido rápidas, existiu uma troca para o turno do Santos que levou a que o banco se soltasse da posição durante a corrida. Certamente que foi um turno desconfortável para ele mas que ainda assim se aguentou e fê-lo a bom ritmo. E como em seis horas muita coisa muda, também São Pedro nos deu uma gracinha. Começou por pequenos pingos passando para chuvada nos últimos três turnos. O Reinold Vrielink fez a transição de tempo seco para molhado, tendo o Luís Tereso e Pedro Caetano aguentado o resto da prova num completo dilúvio. Vrielink e Tereso já bem habituados a estas andanças no nosso troféu, já o Caetano com a sua pouca rodagem em tempo molhado não se deixou ficar atrás e também terminou a prova com óptimos tempos. Ficou a experiência positiva como equipa; e umas boas castanhas com água-pé no final!



FF: Para mim os episódios mais marcantes foram o arranque, o Manuel Santos a puxar a cadeira constantemente à frente que ficou solta ao fim de algumas voltas, e que por isso teve 30 minutos de prova bastante dura, e o Pedro Caetano a andar só com fumos de gasolina...com a equipa preocupada a olhar para o depósito vazio e ele na maior a controlar!... Depois ainda veio a chuva mas já não estava presente.



JC: Os episódios mais marcantes eu diria que foram logo na partida (ao estilo Le Mans, com os pilotos a correr para os karts), o Paulo Correia a fazer uma partida canhão e em 2 curvas passar de 15º para 5º!!!  Se não visse, não acreditava!  Bom, por alguma razão ele foi o campeão do TPC 2014! Depois, dois episódios menos alegres: o nosso piloto menos experiente acabou por fazer um drive-through voluntário, isto é, pensou que a amostragem duma placa a indicar penalização era para ele (afinal não era) e foi até à box para nada, tendo assim perdido algum tempo... Outro azar, também com o mesmo piloto e já com a pista molhada, foi uma saída de pista a duas voltas do fim de uma maratona de 6 horas, com o carro a ficar preso na relva/lamaçal, com ainda mais tempo perdido. São coisas que acontecem, há que seguir em frente e nunca desanimar! Para dificultar mais as coisas, na última hora e meia de corrida a chuva visitou o circuito.



TPC - O que pensam destas provas de endurance? É para repetir?



MA: Se é para repetir? Certamente que sim!



FF: Eu gostava de repetir!



JC: Eu pessoalmente gosto de provas de endurance (3h, 6h, 10h), já participei numas quantas, até as prefiro às provas de sprint, gosto do espírito de equipa que se desenvolve durante a corrida, da entreajuda, das diferentes estratégias que se pode escolher...  Certamente irei repetir.

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