Foto de família (autoria: Paulo Ribeiro) |
Na prova de encerramento da temporada 2016 do TPC, a pista de Leiria apresentou-se em condições a fazer lembrar o GP de 2012, mas com menos água: pista húmida do princípio ao fim, secando progressivamente até existirem apenas pequenas poças no final da corrida - e sem qualquer chuva, pois o aguaceiro já tinha passado 1 hora antes. A prova foi vencida por Mário Alemão, que com isso venceu o campeonato de Pilotos, embora em igualdade pontual com o 2º classificado, algo inédito no TPC. Já no campeonato de equipas, a Acceleron Motorsport não capitalizou a ausência da Vírus Kart, que conseguiu assim o seu 3º título de equipas. Parabéns aos campeões!
Cláudio Mota em destaque
Mas a prova ficou sem dúvida marcada pela performance do estreante Cláudio Mota. Além da pole position na sua prova de estreia, Mota prosseguiu para um excelente 2º lugar (pódio na estreia, claro), a apenas 3 décimos da vitória e depois de uma luta renhida, revelando uma notável adaptação ao kart e às condições variáveis da pista. Um talento a observar com muita atenção em 2017!
Luís Tereso completou o pódio, apenas a 5 segundos do duo da frente, e com isso ficou também no 3º lugar do Campeonato de Equipas.
Quanto à melhor volta, ficou para Pedro Caetano, deixando assim no ar a ideia de que tudo poderia ter sido diferente se a corrida tivesse sido em piso seco. Como não poderia deixar de ser, todos marcaram as suas melhores voltas da 25ª volta para a frente, numa pista já quase seca.
Uma nota extra para a participação de João Rodrigues, que prova mais uma vez como cada esforço é importante. Os seus 10 pontos foram essenciais para que a KXT, por 2 pontos apenas, lograsse alcançar o 3.º lugar do Campeonato de Equipas, e o consequente troféu. Rodrigues foi mais uma vez atingido pelo destino, com um motor a falhar que lhe comprometeu a corrida, mas continuou desportivamente em pista até ao 11.º e último lugar no final.
Cena caricata na contagem de pontos
Alemão venceu a corrida e o campeonato pelos 3 décimos de segundo que o separaram de Cláudio Mota; a prova foi tão alucinante e o resultado final tão apertado que nem foi fácil fazer a contagem.
Entre o grupo que contava os pontos, Mário Alemão já estava a dar os parabéns a Jorge Gaspar pelo campeonato, uma vez que estariam empatados em pontos e em número de vitórias e Gaspar teria 1 segundo lugar, contra 0 de Alemão. Contudo, foi o próprio Gaspar que lhe chamou a atenção: "mas tu não ganhaste na Batalha?"
E foi desta forma, caricata e muito desportiva, que se concluiu que tinha sido Mário Alemão a vencer o campeonato e a tornar-se o 2.º bicampeão do TPC.
Crónica da corrida
Fica para já uma crónica da parte de Ismael Paulino; outras poderão seguir-se.
«As condições de pista não são inéditas, e sem dúvida que não me favorecem. Não me surpreendeu a vitória do Mário, pois ele fez um grande resultado naquela ocasião em que uma sessão de treinos (no Bombarral) foi disputada com a pista a secar rapidamente; ele tem um talento para encontrar rapidamente a trajectória de piso seco. Tentei seguir outros pilotos nos treinos, mas eles iam-se embora e eu simplesmente não sabia que mais fazer. Nesse aspecto, foi uma tarde para esquecer.
Por outro lado, pilotar nestas condições é muito divertido, pois o kart parece ter o dobro da potência, anda de lado, podemos ir jogando com o acelerador até os pneus encontrarem uma posição em que "agarram" o asfalto, etc. Da minha parte, só foi pena o resultado...
Quanto ao tempo, curiosamente, aquela previsão do IPMA para Leiria que foi publicada na página de Facebook do TPC estava totalmente certa. A partir das 16h, não choveu mais nada.
Na largada rezei para que chovesse intensamente, pois era a única coisa que me poderia garantir um resultado melhor. Infelizmente, a chuva nunca veio. Entretanto, esperei que houvesse piões à minha frente, mas o pessoal estava todo bastante seguro. Vi que tinha ficado alguém a pé, e calculei que teria ganho uma posição; depois, ganhei uma posição ao Paulo, que me tinha passado, quando ele fez um pião também; e depois troquei de posição 1 ou 2 vezes com o Ricardo. Ele estava bem mais rápido que eu no molhado, tal como já tinha estado nos treinos, mas estava a cometer alguns erros. No entanto, no final da corrida pensei que estivesse à minha frente. Quando é que os karts passam a ter um ecrã digital com estas informações todas?
De resto, as últimas 20 a 25 voltas (tendo em conta que este foi o mais longo GP de sempre do TPC, com 35 minutos) andei sozinho, a ver o grupo à minha frente a afastar-se. Nas últimas 10 a 15 voltas, a luta foi para não ser dobrado. Fiz um pião no gancho à esquerda, antes da parabólica (o único pião da tarde...) e pouco depois comecei a sentir que a pista estava realmente a ficar seca, e como via o Paulo Ribeiro a aproximar-se, dei o tudo por tudo. Eventualmente, comecei a ver que o Paulo ficava para trás e também que poderia evitar a dobragem, e consegui. E sempre é mais um top-ten...»
1 comentário:
Torno a dizer... Ismael, gosto muito da tua forma de escrever. Continua e que a Karting em Revista possa publicar muitos "artigos / cronicas" tuas. Grande abraço e parabéns pelo excelente trabalho.
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