Paulo Figueiredo, da Vírus Kart, dominou de forma incontestada a corrida de Almeirim pulverizando os seus adversários e todos os recordes do Troféu Pedro Chaves. Com a sua quarta vitória na temporada - feito inédito no TPC - Figueiredo não só mantém, como reforça a liderança do TPC, a apenas duas provas do fim da época.
Treinos: quinze pilotos em 2 segundos!
A prova de Almeirim registou menos inscritos que a média, tendo comparecido o "núcleo duro" do TPC, com algumas ausências de renome e, o que é raro, sem nenhum estreante a debutar no troféu. O domínio do piloto da Vírus Kart começou logo com a obtenção da "pole position" em que liderou o grupo dos pilotos no segundo 57. Ao seu lado na grelha estava Pedro Caetano que continua a subir de forma de prova para prova e está em excelente forma. Na segunda linha da grelha Mário Alemão e Pedro Bragança espreitavam. Logo atrás, Bea Figueiredo e Luís Tereso lideravam o grupo do segundo 58. De destacar as excelentes prestações de Agostinho e Maltinha que se posicionaram à frente de muitos pilotos muito mais experientes.
A proximidade de tempos prometia lutas renhidas por qualquer posição e foi o que aconteceu, embora com algumas surpresas interessantes. Como curiosidade, é de notar que, pela primeira vez, um "transponder" de um piloto não funcionou durante grande parte da qualificação tendo sido um espectador a alertar a direcção de corrida do facto. Uma situação inédita a não repetir.
O arranque: caos organizado com surpresas...
No momento mais delicado de qualquer competição motorizada tudo pode correr muito mal, muito depressa. Mas aqui impôs-se a experiência do plantel do TPC que, apesar da discussão milimétrica do mínimo espaço livre - e às vezes ocupado - conseguiu negociar a primeira curva e o resto da primeira volta sem sobressaltos de maior. Logo no arranque, apesar de Caetano ser marginalmente mais rápido que Figueiredo, a posição exterior não lhe permitiu ganhar a posição e Caetano passou à defesa antes que o pelotão o absorvesse! Logo atrás, as "cotoveladas" do costume e um grande ganhador: Jorge Gaspar, a ganhar imediatamente várias posições e a saír da cauda do pelotão. Atrás de si e à sua frente, os duelos iniciavam-se, em todos os grupos.
A prova: sprint a "solo" de Figueiredo, luta cerrada atrás de si... e à sua frente!
Figueiredo liderou desde a primeira volta e foi-se afastando de todos a pouco e pouco. Atrás de si, Caetano, na impossibilidade de o acompanhar, concentrou-se na tarefa de controlar a sua posição dos ataques de Bragança e Tereso seguidos de Alemão e Bea. Enquanto Alemão se defendia de Bea, Bragança e Tereso envolveram-se numa acesa disputa pela posição que, após duas trocas de posição, terminou com Bragança a fazer um pião e a ser ultrapassado por Mário Alemão. Até ao fim da prova Tereso não conseguiu encontrar espaço para ultrapassar Caetano que terminou na segunda posição.
Paulo Figueiredo afastava-se gradualmente do pelotão perseguidor e já tinha os últimos classificados à vista. Atrás de Bea, que não conseguia impôr-se a Alemão e, depois, a Bragança, o protagonista da melhor recuperação da prova, Jorge Gaspar, conseguia ultrapassar Reinold Vrielink e António Rodrigues! Um feito ao alcance de poucos já que estes dois pilotos protagonizaram um "mano a mano" épico durante toda a corrida. O equilíbrio entre os dois pilotos era tal que só uma manobra muito ousada de Rodrigues lhe permitiu ultrapassar Vrielink. A partir daí, afastou-se ganhando meio segundo por volta ao piloto neerlandês. Mesmo assim, ainda tentaram agarrar Gaspar enquanto, atrás de si, aparecia já Figueiredo, que ameaçava ganhar-lhes uma volta!
Quando Figueiredo apanhou o último grupo da corrida já muitas peripécias tinham ocorrido neste pelotão de seis pilotos. Enquanto Agostinho era ultrapassado logo no início da prova e caía de posição em posição, Canteiro, Ferraz e Maltinha superiorizavam-se a Borges e Ribeiro que discutiam cada curva como se fosse a última. As trocas de posição sucediam-se e os piões também. Canteiro segurava a sua posição, Maltinha vencia o seu duelo com Ribeiro que caía para último, Borges e Ferraz perseguiam Maltinha e Agostinho, com um pião no meio, ficaria em último.
Talvez para não se ver atrasado nem embrulhado nestas lutas sem quartel, Figueiredo impôs a sua classe, ultrapassou os retardatários e acelerou a fundo para garantir uma vitória descansada ao caír da bandeira de xadrez. No entretanto, rubricou a VMR com 57.133. Serviço completo!
Campeonato de Pilotos: Figueiredo pode encomendar as faixas?
Com quatro vitórias em cinco provas - a Vírus Kart não se apresentou na Batalha - Paulo Figueiredo domina claramente o campeonato de pilotos e coloca-se como grande candidato à vitória na prova. A grande luta, se nada de anormal se passar, será entre Gaspar, Alemão e Tereso, os mais fortes candidatos à segunda posição do campeonato. Mas vão ter que estar preparados para a luta que Borges, Bragança e Caetano poderão dar. Estes últimos, em clara boa forma, poderão provocar algumas surpresas na classificação! A prova de Palmela poderá definir tudo para o primeiro lugar, mas só em Leiria se decidirão as posições seguintes!
Troféu de Equipas: Vírus Kart tranquila, atrás tudo por decidir
A Vírus Kart lidera confortavelmente e só um cataclismo poderia fazê-la perder o Troféu de Equipas. Já as posições seguintes vão ser bem discutidas já que das três candidatas, a NN Racing, a Acceleron Motorsport e a Z Gym estão separadas por pouco mais de 30 pontos. Se a NN Racing e a Z Gym continuarem a alinhar com apenas um piloto é provável que a Acceleron Motorsport se aproveite disso para agarrar o segundo lugar, até porque Ferraz está cada vez mais em forma. Além disso, a pontuação extra que as equipas vão obter na prova de resistência a disputar a 1 de Outubro no KIRO poderá baralhar tudo de novo e criar ainda mais surpresas na classificação final!
Próxima prova: Palmela, a 10 de Setembro
A próxima prova do Troféu Pedro Chaves realiza-se a 10 de Setembro, às 16 horas, no Kartódromo Internacional de Palmela. Depois de um interregno de dois meses em que os pilotos vão a banhos, o regresso à competição faz-se numa pista em que os pilotos mais rápidos se impõem e o mínimo erro custa várias posições. Com menos ritmo mas com muita vontade de vencer, os pilotos vão fazer desta prova mais um episódio inesquecível do Troféu Pedro Chaves. Até Palmela!
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