quinta-feira, 12 de maio de 2016

Bombarral 2: Figueiredo vence pela 3ª vez, sob 'alerta laranja'

O 48º Grande Prémio Pedro Chaves foi ganho com tranquilidade por Paulo Figueiredo, que somou assim a sua terceira vitória este ano (segunda em piso molhado) e oitava da carreira. A corrida de Figueiredo foi muito similar às que Rosberg tem feito na F1 este ano: dominando tranquilamente, sem "massacrar", mas também sem dar qualquer indicação de estar sob pressão ou em risco de perder a vitória - enquanto atrás de si tudo acontece. Figueiredo é agora líder mais que isolado, com 11 pontos de vantagem sobre o 2º, Jorge Gaspar, que foi também 2º na corrida, obtendo o seu primeiro pódio, tal como Nuno Alves, 3º classificado.

Este foi provavelmente o Grande Prémio mais chuvoso de sempre do TPC, mais ainda que o GP da Batalha de 2010, quando houve alerta amarelo. Grande parte do país encontrava-se sob aviso de alerta laranja para o fim de Sábado e as primeiras horas de domingo. No dia seguinte, a comunicação social relatou que os distrito de Leiria, Lisboa e Setúbal concentraram 60% das ocorrências para as quais os Bombeiros foram chamados durante este fim de semana.

A chuva caiu no Bombarral durante praticamente todo o dia, variando apenas na intensidade. O fenómeno é raro no clima desta região, mais dado a aguaceiros ou a perídos de chuva menos prolongados. No centro da vila do Bombarral, a cerca de 2 km do kartódromo, um muro de suporte de uma estrada ruiu na madrugada seguinte (fotografias aqui.)

O circuito utilizado foi o "tradicional" 1-G sem chicane, ao contrário do "corkscrew" que se usou em Fevereiro.

Pole Position para Pedro Ferraz

Durante a concentração e no briefing havia a perfeita noção que seria necessária muita presença de espírito para lidar com a chuva. Em todo o caso, a pista do KIRO fazia jus ao seu carácter internacional e manifestava boas capacidades de drenagem, não criando "rios" nem "lagos".

Os treinos foram de apenas 10 minutos, o que representou poucas voltas para adaptação e tentativa de marcar um tempo limpo. Além dos "drifts" causados pela água, o tráfego era intenso e os saltos na tabela também. Reinold Vrielink, por exemplo, estava no 12º lugar pouco antes da sessão terminar, vindo a qualificar-se em 4º. Só Paulo Figueiredo, como já se previa, se mantinha traquilamente na "pole" provisória desde o início da sessão.

No entanto, quando na "sala de imprensa" do KIRO já ninguém acreditava que Paulo Figueiredo pudesse perder a "pole", foi com surpresa que se constatou que, na última tentativa, Pedro Ferraz abarbatou o 1º lugar, com uma diferença de meros 4 milésimos de segundo! Alguém comentou, acertadamente, que o peso extra que normalmente prejudica Ferraz se tornava um factor até positivo, dadas as condições da pista. O certo é que o piloto de Odivelas demonstrou que o seu talento se mantém intacto.

Figueiredo, sempre tranquilamente

Na largada, Paulo Figueiredo pulou imediatamente para a liderança, que viria a conservar até final. A animação aconteceu mais atrás, à semelhança do que tem acontecido com as vitórias de Rosberg na Fórmula 1. Reinold Vrielink não tardou a saltar para o segundo lugar, e atrás de si Pedro Ferraz agarrava o terceiro posto e preparava o ataque à segunda posição, quando um erro o fez perder imensas posições.

As trocas de posições foram bastantes e as perdas de posição por despistes e piões também, embora, no geral, o plantel tenha parecido bastante consistente, dadas as condições da pista. Mário Alemão, o campeão em título, foi um dos que vimos perder várias posições na sequência de um pião. Ao longo da prova, vimos Pedro Ferraz a galgar posições até ao 4º lugar, para cair novamente perto do final. O piloto da Acceleron fez a terceira Volta Mais Rápida da prova e foi uma das figuras do dia; teria com toda a certeza terminado no pódio, não fosse pelos piões.

Quem também falhou um pódio certo foi Vrielink. O campeão de 2010 foi o único a conseguir acompanhar Figueiredo nas voltas iniciais, ora perdendo poucos décimos de segundo, ora "apenas" 1 segundo. Quase a meio da prova ainda havia somente 7 a 8 segundos entre o holandês e o líder do campeonato. Contudo, Jorge Gaspar - sobrevivente dos piões - foi-se aproximando gradualmente e acabou por subir à 2ª posição, aproveitando as dobragens. Vrielink viria mais tarde a reclamar de cortes ocasionais do motor devido à chuva.

A 3 voltas do fim, o motor do kart de Vrielink deixou de funcionar, quando tinha mais de 10 segundos de vantagem para Nuno Alves, o 4º classificado. De forma inglória, o holandês perdia assim a oportunidade de se manter isolado na liderança da estatística de Pódios, uma vez que iria somar o 14º contra o 13º de Paulo Figueiredo. Assim, ambos partilham agora este recorde, com 13 cada.

Em todo o caso, os 30 segundos que Figueiredo tomou no final demonstram que, apesar da resistência de Vrielink, teria sido difícil ao holandês lutar pela vitória. Também a diferença da Volta Mais Rápida ilustra essa dificuldade.

Olhando a tabela com os resultados finais, foi visível que a chuva baralhou um pouco as performances habituais dos pilotos do TPC. O grande beneficiário foi Paulo Figueiredo, que se pode considerar o "Mestre da Chuva" da atualidade, substituindo Tiago Capela - se bem que lhe falte um resultado em que consiga dobrar o resto do pelotão quase todo.

Campeonatos
Este parece ser o ano perfeito que Paulo Figueiredo andava a ameaçar já há várias temporadas. Tudo acontece aos seus adversários, enquanto ele permanece imune a quaisquer contrariedades. Concluídas 4 de 7 provas, a próxima prova poderá ser decisiva para que algum dos 6 pilotos que se encontram a menos de 25 pontos de Figueiredo consiga dar o passo em frente e prolongar a decisão até ao final; caso contrário, o vencedor começa a estar encontrado.
Já no campeonato de Equipas, a chuva veio dificultar a vida a Bea Figueiredo e, para já, atrasar a Virus Kart, estando a NN Racing na liderança. Mas com 7 pontos apenas entre as duas equipas, tudo está em aberto.

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